Ed. 19–Matéria de capa

por Sueli Inês Arruda Issa

Nossos filhos são espíritos

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Qual será nossa real natureza?

Somos um corpo que possui um espírito?

Somos um espírito que possui um corpo?

Qual o propósito da vida?

Questões importantes que definem nossos passos, nossas atitudes, nossas escolhas e até mesmo nossos sentimentos diante da vida.

Com o enfoque espiritualista, a vida é um maravilhoso desafio, com muitos obstáculos que são alavancas para o crescimento pessoal e transpessoal.

Nesta visão de sermos espíritos que possuem corpos, sabemos que de tempos em tempos passamos um período nesta Terra com o objetivo de atingirmos a plenitude.

Este planeta nos oferece todas as condições e situações necessárias para que lapidemos nossas dificuldades. E estas dificuldades só se tornam possíveis de serem localizadas, no contato e no relacionamento com outras pessoas.

Retomemos neste momento a ideia de FAMÍLIA. Como todos sabemos, o grupo familiar tem a finalidade de educação e de outros pontos como amor, atenção, coerência, compreensão e, sobretudo, respeito à individualidade de cada membro deste grupo.

Mas levando em consideração a visão espiritual, temos aqui uma ampliação deste conceito, com a noção e com a base da reencarnação. Admite-se aqui que os laços de parentela são pré-existentes à oportunidade atual.

Assim sendo cada um de nós traz a cada reencarnação sua bagagem de experiências: conquistas, derrotas, sofrimentos, alegrias, virtudes, defeitos...

E nesta bagagem, os pontos a serem lapidados, superados, resolvidos, sempre ligados aos nossos relacionamentos e às oportunidades que surgirão em nossa jornada.

“Reencarnar não é apenas um voltar, nem um simples nascer de novo. É um replanejar em busca de novos comportamentos que dêem ao espírito condições para reeducar suas estruturas mentais” (O que é Evangelização de Espíritos – A.B.F. Amui – Edit Esperança e Caridade).

Portanto quando reencarnamos temos como objetivo, o progresso e a evolução espiritual, um processo educativo.

Para nossa existência atual não trazemos tudo de uma vez só para resolvermos, escolhemos alguns pontos de nossa anterioridade.

Para que ocorra a reencarnação, tudo é muito bem cuidado e acompanhado no plano espiritual. Passamos por um planejamento reencarnatório minucioso composto de várias etapas.

A família faz parte deste planejamento, pois nela já temos vínculos conhecidos do passado que proporcionarão situações onde podemos reorganizar nossos valores e sentimentos.

Nossos pais, assim como, nós como pais, assumimos anteriormente o compromisso no acolhimento de um novo ser, onde o amparo e o encaminhamento fazem parte.

Muitas vezes a chegada de um filho (e pode ser durante a própria gestação) traz interferências do passado sentidas pelas afinidades ou não, assim como outras dificuldades ou mesmo momentos de extremo entrosamento.

Com certeza é uma oportunidade muito especial de reconstruir, perdoar, renovar vibrações opostas ou mesmo confirmar e fortalecer vibrações harmoniosas.

Os filhos que são recebidos em seu lar, não são, portanto seres sem passado. Trazem um patrimônio vivencial gravado em seu espirito.

Nossos filhos são espíritos com quem já mantivemos importantes vínculos anteriormente. Que podem ser vínculos de afeto ou desafeto.

Sabemos na prática, que viver em família não é fácil. Deparamo-nos com toda espécie de dificuldades, das mais simples às mais difíceis. Mas, diante desta visão que o Espiritismo nos traz, fica pelo menos claro qual é o grande objetivo: a lapidação do AMOR.

E lapidar o AMOR, o grande diamante que trazemos em nossa essência, é retirar as camadas duras e opacas que o escondem.

Nossas capas que julgamos protetoras, mas que no fundo são defesas desnecessárias, que na maior parte das vezes dificultam e nos entorpecem.

Observemos melhor nossa dinâmica familiar e analisemos o quanto estamos ensinando e também aprendendo com nossos filhos. O quanto estamos ouvindo o que eles têm a nos dizer. Já que também trazem suas experiências passadas.

Paremos para admitir se:

Estamos sendo dominadores?
Estamos sendo autoritários?
Estamos sendo super protetores?
Estamos sendo relapsos?
Estamos sendo ausentes?
Estamos sendo dominados?
Estamos sendo amigos?
Estamos sendo enfim, companheiros de jornada?

Os filhos, os quais sentimos como os mais difíceis, trazem no bojo da experiência sofrida, ensinamentos valiosíssimos para o aprendizado mútuo. E se soubermos aproveitar a oportunidade o caminho estará sendo direcionado para o entendimento, a afinidade, assim como o foi com outros irmãos de jornada que desfrutamos hoje como relacionamentos afins. Quanto já não sofremos e nos empenhamos (nesta vida e em outras) para que chegassem a este ponto. O esquecimento de vidas passadas não nos permite acessá-los na íntegra, mas o resultado atual nos confirma o empenho coroado.

Longos testes de paciência, perseverança, fé, firmeza, coragem, esperança, enfim, muito trabalho. Trabalho comum a todos nós, sem distinção, sem privilégios, onde prevalece a força de vontade, a dedicação e acima de tudo o AMOR.

Tenhamos a humildade de perceber que também em muitos momentos, nossos filhos nos ensinam com a sabedoria de pais.

Estamos onde deveríamos estar, e formamos a família que escolhemos e fomos escolhidos.

Agradeçamos a Deus a oportunidade bendita da família formada.

 

Sugestões para leitura:

- Missionários da Luz- Francisco C. Xavier
- A reencarnação como lei biológica – D. Iandoli Junior
- Gestação: Encontro entre Almas – Cristiane Assis
- Gestação: Sublime intercâmbio – Ricardo Di Bernardi

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