Ed.18–Março e Abril de 2012

 

ed18 - capa

Editorial
Novidades no Jornal do IEE

Matéria de Capa 
Deus
Gláucia Savin

Matéria Doutrinária
Lei de Adoração
Sueli Ines Arruda Issa

Beneméritos da Humanidade 
Batuíra
Lúcia Andrade

Psicologia
Falando sobre Depressão
Débora Guimarães e Sandra Dourado

Assuntos em Família
Esterlita Moreira

Sugestão de leitura
Um Trágico Equívoco – F. Altamir da Cunha

Palestras

Programação

Vai Acontecer
15o Congresso Estadual Espírita

Aconteceu no IEE

Expediente

Ed.18–Editorial


Nesta edição do jornal do IEE, estamos trazendo algumas novidades, visando torná-lo mais agradável e atraente a todos os leitores.

Foram criadas duas novas seções:

BENEMÉRITOS DA HUMANIDADE, que irá apresentar biografias de personagens marcantes, que com sua vida e obra contribuíram para a melhoria da humanidade, através do serviço incansável e dedicado à prática do bem, da caridade cristã, do esclarecimento e do consolo aos semelhantes.

ASSUNTOS DA FAMÍLIA, que irá abordar temas relacionados à família. Sabemos que a família é a célula mais importante da sociedade, com a tarefa principal de formar indivíduos equilibrados, capazes de viver em harmonia consigo mesmo, com o próximo e com a natureza.

Além das novas seções, trazemos duas matérias especiais muito interessantes.

A primeira trata sobre a depressão: suas causas, formas de prevenção e de tratamento, e a segunda aborda o tema das manifestações e aparições de espíritos desencarnados.

Como matéria de capa, abordamos o tema DEUS, com o objetivo de oportunizarmos aos leitores, uma reflexão à luz da doutrina espírita, de sua natureza, provas de sua presença junto à nós, esclarecendo-nos de sua grandiosidade, perfeição, sabedoria, misericórdia , justiça e infinito amor, auxiliando-nos a desenvolver uma fé raciocinada e consoladora.

A matéria de capa, alinhada à temática de DEUS, apresenta a primeira lei moral: A Lei de Adoração, de acordo com a terceira parte de o Livro dos Espíritos de Allan Kardec.

Não deixem de ler também as secções informativas, para saber tudo o que está acontecendo e o que irá acontecer nos próximos meses no IEE.

Deixamos abaixo uma mensagem para reflexão.

Boa leitura e votos de muita paz

A redação.

DEUS NÃO DESAMPARA

“A casa do Pai é muito mais generosa que qualquer figuração de magnanimidade apresentada, até agora, no mundo, pelo pensamento religioso. Em seus celeiros abundantes, há empréstimos e moratórias, concessões de tempo e recursos que a mais vigorosa imaginação humana jamais calculará.

O altíssimo fornece dádivas a todos, e na atualidade, é aconselhável medite o homem terreno nos recursos que lhe foram concedidos pelo Céu, para arrependimento, buscando renovar-se nos rumos do bem.

Os prisioneiros da concepção da justiça implacável ignoram os poderosos auxílios do Todo-Poderoso, que se manifestam através de mil modos diferentes; contudo, os que procuram a própria iluminação pelo a amor universal sabem que Deus dá sempre e que é necessário aprender a receber.”

Extraído do livro Pão Nosso - Emmanuel / Chico Xavier – mensagem 92

índice

ed.18–Matéria de capa – Deus

Gláucia Savin

Deus3

A compreensão de Deus, para mim, sempre foi uma ideia inata. Desde criança, me lembro de acreditar absolutamente na existência de um ser superior e único, que não se confundia com a figura doce de Jesus ou com qualquer outra entidade. Essa certeza na unidade de Deus, aliada aos ensinamentos do Evangelho no Lar, acabou originando, depois da convocação de minha mãe à escola, minha precoce dispensa das aulas de religião. Foi para o meu próprio bem (porque nunca soube falar somente o suficiente) e da professora, que afinal, pode mudar de capítulo sem ser interrompida por uma menina impertinente.

Embora essa convicção sempre fosse muito firme, por dever de consciência, entendi que precisava me aprofundar na questão da compreensão de Deus porque, como espírita, deveria saber explicar, de forma racional, as minhas convicções. Comecei, há algum tempo, um estudo que ainda esta longe de terminar, quando o Rafael me propôs este artigo. Na hora, estremeci e pensei: ainda falta muito para eu saber do que estou falando, mas resolvi compartilhar algumas reflexões.

Esse artigo é uma apertada síntese daquilo que venho estudando, na tentativa de exprimir alguma coisa que sinto intensamente na minha vida e que já me impediu de fazer bobagens homéricas: a presença de Deus.

Quando voltamos os nossos olhos para as sociedades mais primitivas percebemos que todas as civilizações tinham, de maneira inata, a ideia da existência de um ser superior, capaz de influenciar, de forma determinante, em seus destinos. O homem primitivo, sem imaginar a amplitude do universo onde estava inserido e por depender dos ciclos da natureza para sobreviver, rendia homenagens aos fenômenos naturais, ao sol, à lua e tudo o mais que não conseguia explicar. Surgiram os primeiros deuses, identificados com a natureza e com os astros.

Com a formação dos primeiros núcleos urbanos, surgem as cidades, os deuses protetores e os deuses familiares. Esses deuses eram muito parecidos com os homens e tinham virtudes e caprichos que deveriam ser satisfeitos por meio de fórmulas incessantemente repetidas para que o deus não se ofendesse. Naquele tempo, a fé implicava a prática de meticulosos cultos exteriores e oferendas, que deveriam ser aprovados pelos deuses a fim de possibilitar o recebimento de uma dádiva. Eram muitos os deuses e ter fé devia dar um trabalho danado.

O advento da grande figura de Moisés marca, não só a introdução do monoteísmo, mas a introspecção do exercício da fé. Moisés abole os deuses e condena a idolatria e, com isto, nos ensina a interiorizar o culto a Deus. Foi um grande avanço espiritual.

Mais tarde, em oposição ao Deus de Moisés que era inflexível, dedicado legislador e intrépido guerreiro, Jesus nos trouxe a ideia de Deus como Pai amoroso, infinitamente bom e justo. Foi um alívio para todos nós. E aproveitando-nos da concepção herdada do judaísmo, foi mais fácil construir a figura de um Deus interior, que “dirige por dentro todas as coisas e que se revela aos homens no mais íntimo da consciência.”

Ao começarmos a estudar o espiritismo, vemos que o conceito de Deus era uma das questões mais importantes para Kardec, que inaugura o Livro dos Espíritos com a primeira indagação aos espíritos: O que é Deus? A esta pergunta, os espíritos respondem: – Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.

Os espíritos explicaram a Kardec que deveríamos ter humildade para compreendermos Deus porque nos faltam conhecimento e capacidade de percepção em relação à essência divina. E nos forneceram apenas uma lista de atributos, ou seja, de características que podem nos ajudar a formar uma concepção de Deus. Assim é que nos explicaram Deus é eterno, porque não teve começo e não terá fim; é imaterial, ou seja, não é feito da matéria grosseira dos mundos que habitamos; é onipotente, pois tudo pode e, mais importante de tudo, é infinitamente bom e justo.

A mensagem dos espíritos, transcrita por Kardec, não difere muito de outra concepção, expressa muito mais tarde: "Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível universo, é a idéia que faço de Deus". A concepção acima, para espanto de muitos, foi expressa por Albert Einstein, a quem alguns atribuíram à condição de ateísmo, em razão de sua discordância em relação às religiões convencionais.

Nos dias atuais, o avanço da ciência, ao invés de nos afastar da compreensão de Deus, reforça a nossa crença na existência de uma inteligência superior. Quando observarmos a complexidade do universo que nos circunda, ou mesmo quando nos damos conta de que para que cada um de nós estivesse aqui agora, trilhões de átomos tiveram que se reunir de maneira organizada para que pudéssemos existir, percebemos que a mera combinação aleatória não geraria construções tão eficientes e duradouras. Não somos frutos do acaso.

Somos forçados a reconhecer a existência de uma causa inteligente por trás da criação do Universo e de nós mesmos. Ao olharmos para o céu, para o fundo do mar ou mesmo para o nosso interior veremos a força da criação inscrita em cada partícula. Em todo o universo e em nós mesmos, vemos estampada a assinatura de Deus.

Para entender mais:

- O Livro dos Espíritos – Alan Kardec

- O Espírito e o Tempo – Herculano Pires

- Cristianismo e Espiritismo – Leon Denis

- Uma história de Deus – Karen Armstrong

índice

ed.18–Matéria Doutrinária - Lei de Adoração

Sueli Issa

LEI DE ADORAÇÃO
(Livro dos Espíritos – Cap. II)

O que você entende por adoração?

Será uma postura passiva? Será uma atitude voltada para o exterior? Será uma veneração? Será....? Será?....? Será....?

No mundo atual e neste momento, onde somos bombardeados por apelos externos, onde a felicidade é colocada fora e não dentro de nós, quando somos hipnotizados pelo consumo, vale a pena uma parada para reflexão.

O que realmente adoramos? Talvez nem saibamos mais o significado da palavra adoração. Muitos valores, crenças, símbolos foram vulgarizados e com eles nossos vínculos abalados e até desfeitos.

Adoramos roupas, casas, automóveis, gastronomia, adornos, etc. “Adorar” foi rebaixado a “apreciar” ou até mesmo a “depender”, em alguns casos.

Voltemos ao sentido original: adorar é a elevação do pensamento a Deus e é resultado de um sentimento inato, pois, o Homem tem a consciência de sua fraqueza e isto o faz curvar-se diante d’Aquele que pode protegê-lo – Deus (L.E.)

Analisando novamente nossa vida atual, este sentimento de fraqueza mistura-se ao de inferioridade e diante de tantas oportunidades e apelações para aquisições materiais, buscamos nos sentir seguros comprando, adquirindo itens que num primeiro momento trazem satisfação, mas cujo efeito é de pouca duração, colocando-nos no vazio novamente e, assim, corremos para adquirir mais outro item com o mesmo tipo de resultado e assim sucessivamente, de item a item, nos afastamos cada vez mais de nós mesmos, de nossas reais necessidades, de nossa real origem, o que diremos então de nossa ligação com Deus?

Em tempos remotos buscávamos Deus nos sacrifícios humanos, nas oferendas, incensos, cultos, cantos. Fazia-se necessário uma representação semimaterial, que condizia com nosso estado de adiantamento e nossa capacidade de entendimento espiritual.

Atualmente nosso relacionamento com Deus tem um caráter introspectivo. Se antes nossa busca se concretizava no exterior das coisas, hoje a fazemos dentro de nós mesmos. Mas sabemos que voltarmos para dentro de nós não é uma atitude conquistada plenamente, pois nosso habito é de sermos sequestrados pelas impressões externas, ficando para um segundo plano a realidade interior de fatos, situações, experiências, e o que diremos de nossas emoções e sentimentos?

Retomando o tema adoração, o Livro dos Espíritos nos mostra que a verdadeira adoração é a do coração, e, que devemos em todas as nossas ações, imaginar sempre que o Senhor está conosco. (L.E.)

Paremos novamente para uma reflexão: “a verdadeira adoração é a do coração.’’

Que sentimentos trazemos em nosso coração? Fingimento, presunção, orgulho, inveja, ciúme, ambição? Com certeza eles existem. E muitas de nossas ações são movidas por alguns deles. Se notarmos e conseguirmos admitir a nós mesmos a presença deles, teremos a grande chance de transformá-los, alterando o rumo de nossas atitudes e certamente de nossa evolução.

Portanto a vida contemplativa não tem mérito perante Deus, pois é certo que quem a pratica não faz o mal, mas também é certo que não faz o bem. (L.E.)

Quando voltamos o nosso olhar somente para nossa vida pessoal (fuga), com certeza nossos talentos ficam encerrados em nosso porão espiritual. O que estamos fazendo com eles? Eles estão a serviço da comunidade? Da humanidade? Qual a nossa parcela de contribuição?

Compartilhar é a palavra de ordem, que implica em ação.

Estamos aqui nesta Terra bendita de oportunidades para AGIR e INTERAGIR.

Isto implica em trocas, em DAR e RECEBER.

Este comportamento não deixa de ser uma prece, pois, as boas ações são a melhor prece, desta forma os atos valem mais do que as palavras, pois, refletem nossos valores.

E por falar em prece, será que em nosso dia-a-dia há um momento para ela? A prece é uma expressão de sentimento que sempre agrada a Deus, logicamente quando ditada pelo coração (L.E.)

Orar a Deus é pensar n’Ele; é aproximar-se d’Ele; é colocar-se em comunicação com Ele. Por ela pedimos, louvamos e agradecemos. Através dela poderemos ser fortalecidos para suportamos nossas provas ou mesmo termos intuições, orientações para modificarmos situações onde isto é possível, pois atraímos através da prece sincera a assistência dos bons espíritos.

O essencial é orar bem, não fechando os olhos para nossas imperfeições, pois aqui estamos para corrigi-las, transformá-las.

Este momento pode ser visto e aproveitado como um encontro com nosso verdadeiro Eu, se assim o quisermos.

Nosso pensamento e nossa vontade possuem um poder de ação que vai além de nossa esfera corporal. A prece em favor de outras pessoas é um ato dessa vontade. Se for verdadeira pode chamar os bons espíritos para ajudar aquele por quem oramos, a fim de lhe sugerir bons pensamentos e lhe dar ao corpo e a alma a força de que tem necessidade (seja ele encarnado ou desencarnado).

Concluindo nosso momento de reflexão:

Passamos e continuamos neste processo de aprendizagem evolucional, onde a fonte de crescimento e renovação espiritual inicia-se vivendo para fora e aos poucos tomamos consciência da vida em nós mesmos; viver exteriormente não exclui viver interiormente.

Não podemos desvalorizar ou mesmo ignorar as fases evolutivas de cada um de nós, pois viver para fora para muitos ainda é uma necessidade e é através dessa forma que farão relações importantes entre o mundo interno e o externo para que gradativamente possamos entender que a vida exterior é um reflexo da vida interior.

O convite é:

Interiorizemo-nos pouco a pouco.

Observemos o que somos, quem somos e o que realmente está acontecendo em nossas vidas.

Busquemos nosso Deus interior com perseverança e com alegria.

“Não sabeis que sois um templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós”?

I Coríntios 3:16

índice

Ed.18–Beneméritos da Humanidade - Batuíra

Lúcia Andrade

Meus queridos, nesta edição inauguramos esta coluna onde iremos contar algo de relevante sobre personalidades que se doaram à comunidade, seguindo os preceitos do Mestre Jesus: amando o próximo e visando o bem-estar deSTES.

 

Você conhece algo sobre

Antônio Gonçalves da Silva Batuíra?

clip_image002clip_image004

“O Batuíra” “ A ave Batuíra”

- Não? Bom, então vou lhes contar coisas interessantes sobre ele:

Nascido a 19 de março de 1839, em Portugal, e desencarnado em São Paulo, no dia 22 de janeiro de 1909, veio para o Brasil com apenas onze anos de idade, aportando no Rio de Janeiro, no dia 3 de janeiro de 1850.

Pelo fato de ser um moço muito ativo, apelidaram-no "o batuíra", nome que se dava à narceja, ave pernalta, muito ligeira, de vôo rápido, que frequentava os charcos na várzea, formada no atual Parque D. Pedro II, em São Paulo.

Batuíra desempenhou uma série de atividades: defendeu calorosamente a ideia da abolição da escravatura no Brasil, fundando um jornalzinho a fim de colaborar na campanha encetada pelos grandes abolicionistas Luiz Gama, José do Patrocínio, etc.

Homem de costumes simples conseguiu juntar algumas economias e adquiriu os então desvalorizados terrenos do “Bairro do Lavapés”, em São Paulo, edificando ali sua residência e, ao lado dela, uma rua particular com pequenas casas que alugava a pessoas necessitadas. A rua particular viria a ser mais tarde a Rua Espírita, que ainda lá está.

Tomando conhecimento das consoladoras verdades do espiritismo, fundou o grupo Espírita Verdade e Luz.

Sentindo uma lacuna na imprensa espírita, deixada pela interrupção do jornal Espiritualismo Experimental, Batuíra adquiriu uma pequena tipografia, a que denominou Tipografia Espírita, onde fundou o jornal quinzenal Verdade e Luz.

Espírito animado de grande bondade, coração aberto a todas as desventuras, dividia também com os necessitados o fruto de suas economias. Na sua casa a caridade se manifestava em tudo: jamais o socorro foi negado a alguém, havendo mesmo muitas afirmativas de que "um bando de aleijados vivia com ele". Quem ali chegasse, tinha cama, mesa e um cobertor.

A partir da idéia de cada estado ter sua federativa, em 24 de maio de 1908, Batuira constituiu na capital paulista, a União Espírita do Estado de São Paulo, que funcionou por certo período.

Batuíra casou-se duas vezes: a primeira com Brandina Maria de Jesus, com quem teve um filho, Joaquim, que veio a falecer e adotou um menino, Zeca, com poucos meses de idade, que foi o continuador de sua obra, após sua desencarnação; em segundas núpcias casou-se com Maria das Dores Coutinho e Silva, tendo com ela um filho, que faleceu aos doze anos de idade.

Batuíra, agora no plano espiritual, continua trabalhando incansavelmente, próximo ao planeta Terra, sendo patrono e mentor espiritual de diversos centros espíritas em todo o Brasil, e também em Portugal.

Que Batuíra possa receber nosso carinho!

Lúcia Andrade.

índice

ed.18–Psicologia – Falando sobre depressão

Débora Guimarães e Sandra Dourado

Apesar do extenso e diversificado estudo em relação à depressão, ainda nos dias atuais, há muitas críticas
em relação ao termo, como também a forma de tratamento.

Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é considerada uma das dez principais causas de incapacitação no mundo,
limitando o funcionamento físico, pessoal e social.
A depressão conhecida por alguns como o “mal do século”, por apresentar causas relacionadas aos problemas de nossa época, já existia desde a
antiguidade. Essa forma de sofrimento psíquico, por um longo período da historia foi definida como melancolia.

A melancolia se apresenta nos escritos de Hipócrates, considerado o pai da medicina, e seria causada pelo aumento da concentração de bile
negra. Seus sintomas incluíam tristeza,
ansiedade e tendência ao suicídio.

Naquela época acreditava-se que uma disfunção hepática produzia os quadros de depressão.

Atualmente, há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do deprimido e pesquisas mostram que a causa possa ser um excesso ou diminuição de
neurotransmissores. Na visão da doutrina espírita a origem para tal desequilíbrio está no próprio espírito,
este traz registrado no perispírito a carga de culpa, mágoas e ressentimentos, influenciando a neurotransmissão cerebral. A cura é sempre da alma.

A psicanálise oferece uma visão onde coloca a depressão e a melancolia não somente sob o ponto de vista biológico. Freud situou os estados de
luto e melancolia no registro da perda, preocupando-se em compreender a maneira como cada indivíduo pode reagir psiquicamente a estes sofrimentos.

Mas como o sujeito adoece?
Quando percebemos que estamos com depressão?
Segundo Freud, o sujeito é constituído socialmente por identificações diversas que refletem sobre seus anseios, afetos e fantasias. Neste sentido, a interação com o meio, é de profunda importância,
sendo neste contexto sociocultural que o homem construirá a sua subjetividade.

Com isto, as influências culturais de cada época serão componentes importantes nas relações das
pessoas quanto a sua condição de ser e de viver.

Sob esta ótica, no mundo contemporâneo – que exige uma desenfreada corrida atrás de segurança,
poder e satisfação pessoal – constatamos a instabilidade profissional, as relações passageiras, a falta de tolerância e confiabilidade. Percebemos
situações propícias para uma fuga do sofrimento ou favorável à depressão.

Neste cenário, a intolerância da sociedade para com os sentimentos, que fazem parte da depressão,
aumentou a partir do momento em que promessas de cura tiveram repercussão com a indústria farmacêutica. Deste modo, numa experiência de dor
transitória, sentimento próprio da condição humana, é comum vermos pessoas que ficam tristes ocasionalmente, sendo tratadas como depressivas.

Mas como diferenciar um quadro depressivo de um sentimento passageiro de tristeza?

Para sabermos se o que sentimos é doença, é necessário um diagnóstico de um profissional da saúde, que fará uma investigação criteriosa da história do paciente. Um olhar clínico e social
sobre o estado psíquico, a intensidade em que se manifesta e o quanto isto prejudica a sua vida pessoal.

Dentro de uma visão em que o indivíduo em sua singularidade é também um ser biopsicossocial e espiritual, a manifestação do quadro clínico
é bastante variável. Cada caso exige um tratamento e uma intervenção específica.

E o espiritismo e a depressão Segundo Divaldo Pereira Franco, em entrevista ao programa Transição,
“a função do Centro Espírita em relação aos quadros de depressão é complementar ao tratamento médico”.

Ele ainda afirma que “o espiritismo não veio substituir a ciência, mas complementá-la no tratamento espiritual, no fenômeno obsessivo e o psiquiátrico”.

A prece é um bom remédio para serenar o espírito que não vê saída para o sofrimento. O hábito da oração e da vigilância dos pensamentos previne
que a depressão se instale ou tome proporções maiores. Jesus ensinou:

Orai e vigiai! Portanto se observe, se você percebe um aumento da angústia com sentimentos de culpa, de menos valia, com pensamento fixo em uma
pessoa ou situação, tirando-lhe o sossego, como insônia ou excesso de sono, inapetência, crises de choro... o alerta foi dado. Não permita que estes
sentimentos façam um ninho em sua mente. Ore, fique atento aos primeiros sinais, faça evangelho no lar, procure ajuda espiritual e profissional.

Quanto mais nos aproximarmos de Deus, ou seja, da nossa essência onde carregamos o gérmen da perfeição, mais felizes seremos. À medida que evoluímos nos despojamos das imperfeições adquirindo saúde integral.

A psicologia e o espiritismo muito se assemelham, pois convidam o indivíduo se conhecer, a se modificar, auxiliando-o a descobrir a própria capacidade de se manter ou retornar ao estado de
equilíbrio.

REFERÊNCIAS

FREUD, S. Luto e Melancolia. In: Freud, Sigmund. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Vol XIV. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1990.

BAUMAN, Z. Mal-estar da pósmodernidade.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

CERQUEIRA Filho, Alírio. Cura espiritual da depressão.
Santo André, SP:
Editora Bezerra de Menezes, 2006.

FRANCO, Divaldo Pereira.
O Despertar do espírito / pelo espírito Joanna de
Angelis. BA: Livraria Espírita Alvorada, 2000.

LOPES, Sérgio Luis da Silva. Leis morais & saúde mental. Porto Alegre, RS: Francisco Spinelli, FERGS, 2007

www.sosdepressao.com.br

http://www.fundamentalpsychopathology.org/journal/mai6/8.pdf

http://www.neurociencias.org.br/pt/544/depressao-2/

índice

Ed.18–Assunto em Família

Esterlita Moreira

[...] Há no homem outra coisa além das necessidades físicas; há a necessidade do progresso.

Os liames sociais são necessários ao progresso e os laços de família resumem os liames sociais: eis por que eles constituem uma lei natural.

Deus quis que os homens, assim, aprendessem a amar-se como irmãos."
(O Livro dos Espíritos – q. 774)

Inaugurando esta coluna, vamos abordar aqui assuntos relacionados ao tema família, à luz da doutrina espírita. Nesta edição, vamos falar da visão de família do Mestre Jesus – simples e complexa, ao mesmo tempo. E nas próximas edições, daremos sequência a assuntos específicos ao tema.

Família – uma instituição divina

Na perspectiva espiritual, a família transcende as funções de manutenção da espécie e socialização do indivíduo, para assumir um relevante papel – introduzir o espírito reencarnante nos processos de aprendizado para educar o seu espírito. No grupo familiar, orientador e orientando tem a oportunidade de regenerarem seus valores morais, experimentando e desenvolvendo a afetividade e o amor fraterno para atingirem a dimensão de família universal.

Os laços que, de verdade nos ligam uns aos outros, não são os da carne ou do sangue, mas sim os do espírito. Os laços carnais são necessidades terrenas e não tem a capacidade de irmanar a todos. Somente os laços espirituais fazem da coletividade uma unidade.

Família de Jesus

Nas palavras do Mestre Jesus, “qualquer que fizer a vontade de meu pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”. Só o amor, perfeitamente compreendido gera vínculos indissolúveis. A medida que vamos aprendendo a amar como Jesus, o grupo familiar passa a ser como um remanso de paz, onde refrigeramos nossa alma e revigoramos nossa força.

Família – se funda no equilíbrio de aspirações comuns

Só os fatores de ordem moral podem estabelecer a coesão indispensável que dá ao grupo familiar solidez, vitalidade e permanência. Haverá família, onde os ideais puros e nobres são conjugados por seus membros, sem interesses rasteiros. Aspirando ao progresso moral, com toda a nossa vontade, poderemos trilhar o caminho da verdade. O erro nos dispersa, mas a verdade unifica. Haverá tempo em que vamos organizar a família tal qual o modelo do Mestre, pois teremos compreendido a Lei de Deus.

Aprofunde-se no tema:

O Livro dos Espíritos – Livro III – As Leis Morais: Capítulo VII, Lei da Sociedade

Evangelho de Lucas – 8: 19-21

Nas Pegadas do Mestre – Vinicius

índice

Ed.18–Sugestão de leitura

Rafael Dourado

Apresentamos aos leitores mais uma obra da Casa Editora O Clarim, Um Trágico Equívoco, que aborda o suicídio e suas consequências à luz da Doutrina Espírita.

Escrito pelo articulista Francisco Altamir da Cunha, a obra ajuda-nos a entender um mal que passa os séculos ceifando milhares de vidas humanas, deixando um rastro de dor e sofrimento.

Um Trágico Equívoco não é uma obra apenas conceitual. Ela apresenta informações associadas a fatos reais de outros livros conhecidos e de um estudo de casos do próprio autor. O autor sabiamente ordena, com uma lógica impressionante, fatos, conceitos, casos, estatísticas, informações e mensagens de cunho moral, ajudando, de forma eficiente, o ser humano. Seguindo, fielmente, os conhecimentos espíritas, Um Trágico Equívoco traça um panorama com uma linguagem acessível acerca dessa calamidade pública.

“Só há um problema filosófico verdadeiramente sério: o suicídio. Julgar se a vida merece ou não ser vivida é responder uma questão fundamental da filosofia”.

Disponível na livraria do IEE.

índice

Ed.18–Palestras

 

Sujeito a alteração. Veja programação atualizada em http://www.ieesp.org.br/palestras.htm

QUARTA – 12h

07/mar

Espiritismo e Jesus

Silvia Coqueiro

14/mar

O bom samaritano

Adriana Vilela

21/mar

Valorização da vida

Wilma Badan

28/mar

Amor em ação

Lucia Andrade

04/abr

Interação das leis morais

Maria Inês Murbach

11/abr

Amar a si mesmo

Silvia Coqueiro

18/abr

Lei de adoração

Elaine Ramos

25/abr

Falsos cristos e falsos profetas

Maria Inês Guitti

SÁBADO – 10h

03/mar

Pedi e obtereis

Laura Moretti

10/mar

Educação dos filhos

Irene Wenzel Gaviolle

17/mar

Allan Kardec e a codificação

Silvia Coqueiro

24/mar

Fé raciocinada

Ana Racy

31/mar

Evangelho no lar

Anna Marina Cagnacci

07/abr

FERIADO

14/abr

O livro dos espíritos

Aldo Colasurdo

21/abr

Prece

Maria Inês Guitti

28/abr

FERIADO

SEGUNDA – 20h

05/mar

O Homem como ser racional, social e moral

Marilson Gonçalves

12/mar

O Homem face à sociedade

Wilma Badan

19/mar

O Homem perante a consciência

Norberto Gaviolle

26/mar

Plenitude interior: Lei da causa e efeito

Marcelo Saad

02/abr

A fé e a bondade

Lucia Nascimento

09/abr

A  solidariedade

16/abr

A beneficência e a gratidão

Nelson Firmino

23/abr

O amor ao próximo como a si mesmo

Willian Pescador

30/abr

Não vos inquieteis pelo dia de amanhã

Passarinho

QUINTA – 20h

01/mar

O Homem como ser racional, social e moral

Irene Gaviolle

08/mar

O Homem face à sociedade

Hélio Contador

15/mar

O Homem perante a consciência

Glaucia Savin

22/mar

Plenitude interior: Lei da causa e efeito

Laura Moretti

29/mar

O Homem perante a morte e a reencarnação

Nelson Firmino

05/abr

A fé e a bondade

Marcelo Saad

12/abr

A  solidariedade

Silvia Coqueiro

19/abr

A beneficência e a gratidão

Joyce Baena

26/abr

O amor ao próximo como a si mesmo

Lélia Gouveia

índice

Ed. 18–Programação

Sandra Dourado, Esterlita Moreira e Maria Inez Batista Araújo

ÁREA DOUTRINÁRIA

CURSO DE INICIAÇÃO AO ESTUDO DO ESPIRITISMO
Oferece ao aluno conhecimentos básicos da doutrina espírita, para que ele possa ingressar nos cursos de Educação Mediúnica ou de Evangelho.

4as feiras das 20h às 21h30

NOVO: 4as feiras das 15h às 16h30

CURSO DE DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO MEDIÚNICA
Visa educar e treinar o médium através de estudo e do exercício da prática mediúnica, proporcionando segurança no processo das manifestações espirituais. 4as feiras
1º ano - das 20h às 22h
2º ano - das 20h às 22h


CURSO: CONHECENDO E ENTENDENDO O EVANGELHO

O curso dá a base para a análise do Evangelho, sobre o prisma científico, filosófico e ensina a colocar em prática, no dia a dia, os ensinamentos de Jesus. 4as feiras

1º ano - das 20h às 21h30

2º ano - das 20h às 21h30

CURSO DE EDUCAÇÃO ESPÍRITA PARA INFÂNCIA E JUVENTUDE
(EVANGELIZAÇÃO)

Sábados das 10 às 11h30 (das 10h às 11h: palestra e passe, aberta ao público)

Faixa etária: 3 a 18 anos

Inscrições permanentes

ATENDIMENTO FRATERNO
Destinado a qualquer pessoa que procure a casa espírita. Visa esclarecer e orientar, de forma preliminar, sobre o contexto espírita, além de encaminhar para atividades e atendimentos segundo suas necessidades.
2as e 5as feiras às 20h e 4as feiras às 13h


PALESTRAS E PASSES

2as e 5as feiras às 20h
4as feiras às 12h
Sábados às 10h

ÁREA FILANTRÓPICA


CURSO PARA GESTANTES

Com o objetivo de informar e acolher a gestante, o programa do curso é apresentado em seis encontros por uma equipe multidisciplinar voluntária, composta por profissionais das áreas de psicologia, nutrição, pedagogia, serviço social, educação, fisioterapia e enfermagem.
Quartas, 15h às 17h (confira no quadro de avisos a agenda das turmas de 2012).


OFICINA DE COSTURA, TRICÔ E CROCHÊ
Cursos gratuitos para confecção de casaquinhos e mantas para compor o kit enxoval do bebê; produção de peças para o bazar interno.
Terças e quintas, 14h30 às 16h30

OFICINA DE ARTESANATO
Cursos gratuitos de pintura e decoupagem em madeira; produção para o bazar interno.
Terças e quinas, 14h30 às 16h30

ÁREA EDUCACIONAL

CURSO DE INFORMÁTICA BÁSICA I 
4as feiras das 19h30 às 21h
sábados das 10h às 11h

Proporciona a inclusão digital do aluno.

CURSO DE INFORMÁTICA: INTRODUÇÃO À INTERNET
3as feiras das 19h às 20h30

Permite acesso à internet e redes sociais.

CURSO DE INGLÊS

BÁSICO: 3as feiras das 20h às 21h
INTERMEDIÁRIO: 4as feiras das 18h50 às 19h50 
INTERMEDIÁRIO AVANÇADO: 4as feiras das 18h50 às 19h50

Oferece uma aproximação com a língua inglesa abrindo portas para um mundo globalizado.

CURSO DE ALFABETIZAÇÃO PARA ADULTOS – Oficina de leitura e escrita
3as, 4as e 5as feiras das 14h30 às 16h30

Proporciona a educação básica através do conhecimento das letras e da leitura com interpretação de textos. 

índice

Ed. 18–Vai acontecer

 

15º Congresso Estadual de Espiritismo – USE SP

Será realizado de 28 de abril a 1 de maio, na cidade de Franca – SP, nas dependências da Escola Pestalozzi, na rua José Marques Garcia 197.

O tema do congresso será: Solidariedade – uma nova forma de conhecer

Conferencistas: Divaldo Pereira Franco, José Raul Teixeira , Alberto Almeida, André Luiz Peixinho, André Trigueiro e Antônio César Perri de Carvalho.

Inscrições no site: www.usesp.org.br

ou pelo mail: congresso@usesp.org.br.

índice

Ed. 18–Aconteceu no IEE


Reiniciaram os cursos no IEE

Desde o dia 3 de março, estão funcionando os cursos de Iniciação ao Estudo do Espiritismo, Desenvolvimento e Educação Mediúnica, Conhecendo e Entendendo o Evangelho, Educação Espírita para Infância e Juventude, bem como os cursos de Informática, Inglês, Oficina de Leitura e Escrita, Oficina de Costura, Tricô e Crochê e o Curso de Gestantes.

Confira os dias e horários na página 7 do Jornal do IEE – Programação.

Despedida da colaboradora Maria Vilma dos Santos.

foto 2 Vilma aconteceu no IEE

Após 25 anos de serviços prestados ao IEE, desligou-se no dia 6 de fevereiro passado da instituição, a colaboradora Maria Vilma dos Santos. Ela irá residir em Natal no Rio Grande do Norte.

O conselheiro e trabalhador do IEE, Luiz Carlos Palma, nos conta como foi a chegada de Vilma ao IEE:

“Lembro-me que o presidente do IEE era o Paulo Marcucci e que reclamava da atuação do então zelador que, além de ter o hábito de beber durante o horário de trabalho, deixava muito a desejar quanto as suas atribuições.

Foi dessa conversa  que sugeri o nome do Ismael que morava no Jardim Miriam e trabalhava como vigia noturno em meu prédio há muitos anos. Pela assiduidade, bondade, comprometimento, e carisma, o Paulo aceitou-o, vindo, então, com a Dona Vilma e suas filhas a fazer parte da história do IEE. Logo após chegou para o convívio o seu filho Veriano. Seus filhos estudaram na Escola Hilário Ribeiro, bem como, participaram das reuniões de evangelização infantil.

Foram anos de convívio prazeroso que geraram frutos, a família aumentou e são todos luminosos.”

O IEE agradece a colaboração e a dedicação da Vilma durante todos estes anos, e deseja-lhe progresso, luz, paz e saúde em sua nova etapa de vida.

Novo laboratório de informática

O curso de informática básica do IEE comemora em 2012, cinco anos de atividades com a troca dos computadores.

Alguns deles foram apadrinhados e os demais conseguimos trocar com os recursos do evento Noite da Pizza do IEE, ocorrido em outubro de 2011.

O curso começou com uma turma e agora já säo três turmas, graças a colaboraçäo de uma equipe de instrutores voluntários altamente dedicados. O programa também cresceu.

Hoje, oferecemos os módulos de Informática Básica I e Informática Básica II. O curso é aberto ao público adulto interessado em se conectar com o mundo digital.

As inscrições estão abertas, atendendo a demanda por ordem de chegada.

Consulte no mural do IEE os horários das aulas.

http://jornaldoiee.blogspot.com.br/2012/04/ed18marco-e-abril-de-2012.html

Ed. 18–Expediente

 

Uma publicação bimestral: IEE - Instituto Espírita de Educação
Versão online:
www.jornaldoiee.blogspot.com
Rua Professor Atílio Innocenti 669 - Itaim
Bibi - SP - Telefone 11 3167 6333

Editor Chefe: Rafael Berlese de Matos Dourado
Coordenação: Karina Jaccard
Jornalista Responsável:Bárbara Moreira (55.466/SP)
Revisão Geral: Sandra Maria Mello Dourado Diagramação: José Luiz Mendieta Filho

Presidente: Maurício Ferreira Agudo Romão
Vice-Presidente: Rafael Berlese de Matos Dourado
Diretoria Doutrinária: Sandra Maria Mello Dourado
Diretoria de Educação: Maria Inez Batista Araujo Diretoria Filantrópica: Esterlita Moreira
Diretor de Patrimônio: Dálvaro Spinolla 
Diretor Financeiro: Luiz Carlos Palma
Vice-Diretor Financeiro: Sérgio Cassano
Primeira Secretária: Lúcia Maria Silva de Andrade Segunda Secretária: Cláudia Garbini

índice

Ed–17–Janeiro e Fevereiro 2012

 

capa

Editorial
Lúcia Maria Silva Andrade
Primeira Secretária - IEE

Matéria de capa
Ética e moral cristãs e os tempos atuais
Gláucia Savin

Matéria Doutrinária
Obras Póstumas – Um convite à leitura e à reflexão
Esterlita Moreira

Por dentro do IEE
Leon Denis
Sueli Issa

Novidade
Novo curso

Programação de palestras

Programação

Aconteceu no IEE

Vai acontecer no IEE

Expediente

Ed–17–Editorial


Lúcia Maria Silva Andrade
primeira secretária – IEE

A QUESTÃO DOS LIMITES E NOSSAS ATITUDES

Prezados leitores, começamos mais um ano de trabalhos, estudos e de muitos sonhos a serem realizados, mas quais são os nossos limites em relação ao que queremos?

Sugeri esse tema para nossa pauta (questão relacionada aos limites), porque, refletindo a respeito, o assunto é atual e envolve a nós mesmos, desde nossa intimidade até o meio em que vivemos.

Desde o momento em que abrimos nossos olhos de manhã até quando vamos dormir, queiramos ou não, tomamos decisões éticas. Não interessa o papel, posição social, cultural e o dinheiro que se possui. Depende de como nosso coração é feito. Também o coração, para continuar apaixonado, limpo, íntegro, precisa de cuidados constantes.

Querem um exemplo prático do que estou citando? Sempre se pensou que o mundo empresarial deveria estar desvinculado dos valores espirituais. Considera-se normal que, quem dirige, tenha poder de controlar seus subordinados. Na empresa precisam ser duros e cruéis, mas na família são bons e compreensivos. Será possível?

Sabemos que a personalidade deve ser verdadeira: não se pode ser bom em um lugar e mau em outro. Seria hipocrisia. Deveríamos viver tendo em mente que Deus existe dentro de cada um de nós. Portanto, para quem crê e tem uma responsabilidade – e todos têm, não pode haver mais dúvida.

Deve-se trabalhar (em qualquer área), sempre, com paixão e dedicação, realizar os próprios talentos e facilitar o dos outros.

Quando pensamos apenas em nós mesmos, limitamos nossas energias o que causa pouca produtividade (de sentimentos, de ações).

Jesus sabia que se tivéssemos a postura de “homens pequenos” (egoístas, manipuladores), não atingiríamos a evolução necessária e tão almejada, por isso disse a seus discípulos que não modelassem a vida segundo a lógica pequena e miserável dos “homens pequenos”, que não usassem o poder para explorar e manipular os outros, mas que a colocassem a seu serviço.

Apesar de ninguém gostar de limites, estes são absolutamente necessários para a construção da felicidade, ninguém vive sem ser respeitado. E limites têm a ver com respeito, com consciência do espaço do outro, com sabedoria para lidar com questões emocionais, e até com a vida financeira.
Limites para a criação saudável de uma criança são fundamentais, porque crianças que podem tudo extrapolam sem saber no que dar valor, e o que respeitar. O amor exige limites, porque se não respeitarmos certas regras, por exemplo, nos doando demais ao outro, perdemos a nossa identidade, e a auto-estima.

índice

Ed–17–Matéria de capa

por Glaucia Savin

Poli¦ütico

ÉTICA E MORAL CRISTÃS E OS TEMPOS ATUAIS

Como começar a falar de ética nos tempos de hoje? O que é a ética? Ela sofre alteração com a mudança de costumes? Será que sabemos o que ética quer dizer?

Embora muitos considerem os termos “moral” e “ética” como sinônimos, uma sutil, porém importante diferença os distingue: entende-se por moral um conjunto de regras de comportamento considerados como válidos por uma determinada sociedade; ética, é a capacidade de reflexão e autodeterminação de nossa conduta, de acordo com comportamentos que consideramos válidos.

O objetivo da moral é conduzir o comportamento das pessoas, enquanto que no campo da ética estaremos lidando com as nossas escolhas e com a nossa capacidade de decidirmos conforme o que julgamos correto. A ética serve, portanto, para julgar a nós mesmos e não ao nosso vizinho.

Assim, quando falamos em moral cristã, queremos nos referir ao conjunto de ensinamentos legados por Jesus. Segundo Kardec, esta é a parte mais importante do legado de Cristo, tanto é que, de todo o conteúdo dos Evangelhos (os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as profecias; as palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas; o ensino moral), o codificador escolheu somente o ensinamento moral para compor o Evangelho Segundo o Espiritismo, por ser esta a parte que melhor reflete o conteúdo essencial da lição de Jesus. Percebemos que o conjunto dos ensinamentos morais do Cristo, sem qualquer distinção de culto, confere diretrizes ao comportamento humano, de maneira atemporal.

Portanto, quando pensamos em ética cristã, estamos nos referindo à nossa capacidade de incorporação dos ensinamentos de Jesus ao nosso processo decisório, ou seja, à adequação do nosso livre arbítrio e de nossas escolhas àquilo que consideramos justo e válido, desde o momento em que nos definimos como cristãos.

Com Kardec, em O Livro dos Espíritos, aprendemos que o livre arbítrio, ou seja, a capacidade de escolher, é uma conquista do espírito. Quanto maior o nosso grau de desenvolvimento moral, maior é a nossa liberdade de autodeterminação. O espírito ainda mais primitivo, em razão das restrições da sua inteligência e do seu desenvolvimento moral, é limitado em relação ao seu próprio destino.

No momento em que nos tornamos conscientes, aumentamos a nossa capacidade de percepção e análise das consequências dos nossos atos e, portanto, maior liberdade nos é conferida. A liberdade é, portanto, uma conquista do espírito. Nisto, Sartre tinha razão: estamos condenados à liberdade. E liberdade implica responsabilidade e consciência em relação às escolhas que praticamos. Nossa vida é, ao menos em grande parte, o resultado das nossas escolhas e, por isto, é que é tão importante aprendermos a escolher. É disto que trata a ética: das nossas escolhas.

Para realizarmos escolhas, algumas premissas são fundamentais: somos livres e, portanto, responsáveis pelos nossos atos. Por isto, temos que compreender que “nem tudo dá na mesma” e que precisamos começar a prestar atenção ao que estamos fazendo. Tudo isto para começarmos a desenvolver, por meio de atenção e treino, algo que podemos denominar como “bom gosto moral”.

Da mesma forma como treinamos nossos ouvidos para escutar uma boa música, como educamos nossos sentidos para distinguir um aroma, o sabor de um prato ou a composição de um vinho, podemos nos educar em relação às escolhas que fazemos.

Para isto, temos que começar a renunciar às falsas desculpas do tipo: “cumpri ordens” (cá entre nós, não estamos na corte marcial), “perdi a cabeça” (onde ela estava?); “todo mundo fazia a mesma coisa” (e você é todo mundo?, já perguntava a minha mãe), “é mais forte do que eu” (então você é um banana?), “não percebi o que estava fazendo” (essa nem mãe acredita), “tenho sangue quente” (todos os mamíferos têm sangue quente e você, claro, não é exceção) e, por fim, a pior de todas: “estou muito velho para mudar” (ainda é cedo para a próxima encarnação, você não acha?). Ou seja, temos que deixar de inventar desculpas para nós mesmos porque já é hora de nos encararmos frente a frente e decidirmos que não podemos viver de qualquer modo, porque escolhemos ser cristãos.

E o que isto quer dizer?

A moral cristã nos manda “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”. Segundo Jesus, isto resume toda a Lei e todos os ensinamentos dos profetas. Muito bem. E como isto funciona na prática? Como exercitamos escolhas éticas, pautadas na moral cristã no nosso dia-a-dia? Afinal, não pretendemos ser morais e éticos somente no centro espírita, não é mesmo?

Já vimos que o primeiro passo é prestar atenção em nós mesmos, ou seja, precisamos nos conhecer melhor e aprender a entender os nossos sentimentos. Erich Fromm diz em uma de suas obras que “ser capaz de prestar atenção a si mesmo é pré-requisito para ter capacidade de prestar atenção aos outros; sentir-se bem consigo mesmo é condição necessária para relacionar-se com os outros”. Meu psicólogo, um cara muito divertido e espiritualizado (sim, as pessoas espiritualizadas podem ter bom humor), chegou a me pedir uma listinha dos sentimentos que eu experimentava durante o dia todo. Funcionou! Aprendi a ter mais consciência do que me fazia bem e do que me fazia mal. Aprendi a lidar melhor com aquilo que não me fazia bem.

É isso aí. Quem está de bem consigo mesmo e enxerga seus próprios desafios e dificuldades, é mais tolerante e compreensivo com as dificuldades do outro. Se nos sentimos bem, tendemos a ver os acontecimentos e as outras pessoas de forma mais positiva. Portanto, o primeiro passo para o comportamento ético funcionar é poder olhar a si mesmo no espelho.

Para isto, temos que desenvolver uma relação pacífica conosco mesmos e com o nosso passado. Afinal, fomos criados simples e ignorantes, mas estamos caminhando adiante e, é claro, já erramos muito, mas temos as oportunidades para consertar tudo (ufa! ainda bem). O que vale é daqui para diante. Temos que fazer do tal “homem velho” um aliado do nosso desenvolvimento e não um inimigo. Precisamos aprender a nos perdoar. Não temos que nos envergonhar dos nossos erros, mas devemos aprender conosco mesmos, inspirando-nos no exemplo de Paulo, o apóstolo, ao afirmar, convicto: “Não sou digno de ser chamado apóstolo, mas pela graça de Deus, já sou o que sou”.

Aliás, quem não se ama, não deve ter cuidado ao tentar “amar o próximo como a si mesmo” porque o tal do “próximo” pode acabar levando pancada à toa. Para amarmos ao próximo, temos que aprender a gostar de nós mesmos; temos que nos aceitar e nos respeitar, o que, é claro, não significa sermos complacentes com as nossas imperfeições. Temos que perceber onde precisamos e onde podemos melhorar a nossa conduta.

A compreensão de nossa situação, como espíritos em desenvolvimento, nos auxilia a entender a nossa semelhança com o nosso próximo. Afinal, estamos todos nesse mesmo barco, denominado “Terra”, há muito mais tempo do que podemos imaginar.

No passo seguinte, começamos a exercitar uma das mais belas virtudes ensinadas por Cristo: a misericórdia, que consiste em nos colocarmos no lugar do outro. Para isto, temos que levar as outras pessoas a sério, compreendendo a situação de cada um, dentro da sua própria perspectiva de vida e da sua história pessoal. Isto é exatamente o contrário de “julgar”, porque quando julgamos alguém colocamos os nossos valores e os nossos sentimentos na balança. Quando falamos no exercício da misericórdia, nos transportamos para o universo do outro e nos aproximamos dele ao invés de julgá-lo.

Aos poucos, começamos a desenvolver a tolerância, ou seja, a simpatia pelo olhar do outro, e acabamos por entender melhor as diferenças e a perceber o que Jesus queria dizer por fraternidade. É assim que começamos a entender a riqueza dos contrastes e das diferentes culturas. O exercício da simpatia pelo olhar do outro, nos permite compreender sua história, seus costumes e sua religiosidade. A tolerância é o único caminho para a compreensão do real sentido da palavra humanidade.

Esse é um processo que requer treino, porque estamos acostumados a parecer “legais”, “espíritas”, “cristãos”, mas nossas intenções e a nossa vontade muitas vezes não resistem às primeiras pancadas e aos desafios.

Meu marido costuma dizer que a gente só descobre se é ético quando dói no bolso. É uma verdade. Percebemos que somos éticos quando nos recusamos a comprar um DVD pirata; quando não compactuamos com o crime organizado adquirindo produtos de contrabando; quando não estacionamos o carro na vaga de idosos (se temos menos de 60 anos, é claro); quando não furamos fila; quando não quebramos a multa de trânsito com o guarda; quando não usamos o “jeitinho brasileiro” de resolver as coisas.

Aliás, fazendo um parêntesis, podemos dizer que a sociedade em que vivemos também é um reflexo de nossas pequenas escolhas. Não podemos nos queixar da corrupção se contribuímos, com as nossas pequenas atitudes e com a nossa cumplicidade, para que este estado de coisas se instalasse (lembre-se: o todo mundo fazia, já não vale mais como desculpa. Se você já esqueceu, volte um pouquinho a leitura para o começo).

A insatisfação com as nossas escolhas é aquilo que denominamos por “remorso”. Quem já sentiu, sabe que não é bom. É isto que o exercício da ética ajuda a evitar, a dor.

Pois bem, temos um treino pela frente: nossa educação moral (não aquela coisa chata da escola), mas a educação do nosso processo de escolhas. Temos que aprender a desenvolver o “bom gosto moral”.

O caminho de cada um é peculiar e particular e, por isto, não tem “receita” pronta e, muitas vezes, vamos nos equivocar. Mas isto não é motivo para desistirmos. O processo de desenvolvimento é lento e gradual. Avançamos um pouquinho por vez.

Ao aprendermos a escolher, pouco a pouco, cada um de nós vai se reconstruindo e vamos nos transformando. O melhor de tudo é que passamos a desenvolver reflexos emocionais novos, ou seja, começamos a reagir de forma diferente às provocações, aos estímulos e vamos tomando consciência de nós mesmos. Quando nos damos conta, vamos perceber que mudamos muito e para melhor.

O mais surpreendente disto tudo é que somos o primeiro beneficiário de nossas escolhas porque, como já disse Jesus “tudo o que fazes, fazes a ti mesmo”. Ele tinha razão.

Para entender mais:

- O Homem Integral – Joanna de Ângelis, por Divaldo Pereira Franco

- Ética para meu Filho – Fernando Savater

- Reforma Íntima sem Martírio – Ermance Daufaux, por Wanderley de Oliveira

índice

Ed–17–Matéria Doutrinária

por Esterlita Moreira

Obras Póstumas – um convite à leitura e à reflexão

Quando nos aproximamos de um livro: gostamos de tocá-lo, lemos o seu título, lemos o texto das “orelhas” (abas internas), e aí vamos ao índice ou sumário e lemos os títulos dos capítulos. Pronto! Já temos uma idéia do que o livro quer nos contar e temos dados suficientes para concluir nosso interesse em lê-lo ou não.

O que esta coluna vai propor a você, leitor do Jornal IEE, é realizar essa aproximação de mais uma das obras de Allan Kardec, assim..., nesse processo. Relembrando que, o pentateuco da doutrina espírita, composto pelos livros, O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868), são também chamados de obras básicas.

Para essas obras, Kardec contou com o concurso de uma equipe de espíritos de alto grau na hierarquia dos espíritos, como São Luis, Santo Agostinho, Fénelon, o Espírito de Verdade, Sócrates, entre outros.

Então, dando sequência à nossa exploração, o livro Obras Póstumas, lançado em 1890, após a morte de Kardec, é considerada uma das obras complementares da doutrina espírita, que são de cunho mediúnico e não mediúnicas.

Comecemos, então, a nossa análise. A palavra póstuma vem do latim postumu, "último, derradeiro"; posterior à morte de alguém. Então, obras póstumas vêm a ser as obras publicadas depois da morte do autor, certo?

Conforme registros, Kardec iniciou seus estudos sobre da vida dos espíritos quando contava com 51 anos de idade. De 1855 a 1869, foram 14 anos de trabalho e estudo intensos. Muitos desses estudos e reflexões não foram possíveis de serem publicados em vida e ficaram para outros estudiosos a missão. E foi no ano de 1890, que o livro Obras Póstumas foi publicado.

O conteúdo do livro

O livro Obras Póstumas foi dividido em duas partes. A primeira parte compreende os aspectos doutrinários do espiritismo. A segunda nos traz os relatos de Allan Kardec acerca da sua missão e da constituição do espiritismo, a sua biografia e o discurso pronunciado diante de seu túmulo, por Camille Flammarion.

Primeira parte

Nessa parte, Allan Kardec nos traz a possibilidade de pensar a cerca de tudo, até mesmo sobre a fé, trazendo um conceito muito importante, no qual nos apoiamos quando não aceitamos as coisas assim como sempre foram – a possibilidade de professar a nossa fé, com bases na razão, a famosa frase que não cansamos de pronunciar, a fé raciocinada. Kardec afirma: "Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade".

Assim, esta fé, condiz com que os espíritos da verdade nos revelaram: que Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. E que um princípio inteligente que anima nosso corpo, é independente da matéria e sobrevive ao corpo depois da morte deste.

Destacamos nessa parte, o estudo que Kardec faz sobre a natureza do Cristo, sem se apoiar nos dogmas já instituídos pelas religiões. Kardec procura investigar o significado das palavras de Cristo.

As cinco alternativas da humanidade

Um pouco mais adiante, encontramos um capítulo que vai falar da direção que podemos dar às nossas vidas, segundo nosso livre arbítrio e entendimento. Nas palavras de Kardec, “se havemos de viver, como viveremos? Em que condições viremos a encontrar-nos?”. O que mais corresponde às nossas aspirações, a levar em conta também às exigências da sociedade? Então Kardec nos propõe uma reflexão muito íntima e de cunho moral muito importante. Temos aqui, cinco alternativas que resultam das doutrinas do materialismo, do panteísmo, do deísmo, do dogmatismo e do espiritismo.

E finalizando esta primeira parte, Kardec nos traz mais uma vez à reflexão, uma série de questões e de problemas de ordem social e moral.

Segunda parte

A missão de Allan Kardec

Um relato sobre o seu primeiro contato com as "mesas girantes", em 1854, a convite do seu amigo e magnetizador Fortier, até ao que ele próprio intitula os "Meus Trabalhos Pessoais e Conselhos Diversos".

O projeto 1868

Allan Kardec conduziu seus estudos sobre a doutrina dos espíritos de tal maneira que não pudesse deixar dúvida sobre a sua unidade. Dizia que o estabelecimento teórico da doutrina (ensino) e os meios de propagá-la (divulgação) eram os dois elementos que concorriam substancialmente para o progresso do espiritismo. Por fim, Kardec discorre sobre a constituição do espiritismo e sobre os princípios fundamentais da doutrina.

E para encerrar este nosso encontro aqui, transcrevemos um pequena parte do discurso feito por Nicolas Camille Flammarion, mais conhecido como Camille Flammarion (1842-1925), astrônomo francês, adepto do espiritimo e amigo de Allan Kardec.

"Agora voltaste a esse mundo de onde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrenos. Teu invólucro dorme aos nossos pés, teu cérebro está extinto, teus olhos estão fechados para não mais se abrirem, tua palavra não mais será ouvida!... Sabemos que todos nós chegaremos a esse último sono, à mesma inércia, à mesma poeira. Mas não é neste envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança.  O corpo cai, a alma fica e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor. E, no céu imenso, onde se exercitarão as nossas mais poderosas faculdades, continuaremos os estudos que na Terra dispunham de local muito acanhado para os conter.  Preferimos saber esta verdade, a crer que jazes por inteiro neste cadáver, e que tua alma tenha sido destruída pela cessação do jogo de um órgão. A imortalidade é a luz da vida, como este sol brilhante é a luz da Natureza. 

"Até logo, meu caro Allan Kardec, até logo."

índice

Ed–17–Por dentro do IEE

Leon Denis

LÉON DENIS

“A vontade é a maior das potências: é, em sua ação, comparável ao imã. A vontade de viver, de desenvolver em nós a vida, atrai-nos novos recursos vitais: tal é o segredo da lei de evolução. A vontade pode atuar com intensidade sobre o corpo fluídico, ativar-lhe as vibrações e, por esta forma, apropriá-lo a um modo cada vez mais elevado de sensações, prepará-lo para mais alto grau de existência.” (O problema do Ser, do Destino e da Dor, cap.20 – Léon Denis)

Léon Denis nasceu numa aldeia chamada Fouq, situada nos arredores de Tours, na França, a 1º de janeiro de 1846, numa família humilde. Cedo conheceu, por necessidade, os trabalhos manuais e os pesados encargos da família.

“Era meu hábito olhar com interesse, para os livros expostos nas livrarias. Um dia, ainda com 18 anos, o chamado “acaso” fez com que a sua atenção fosse despertada para uma obra de título inusitado”. Denis tinha sido educado na religião católica, mas não encontrava nela respostas aos seus questionamentos mais profundos. Também havia passado por uma fase de ceticismo materialista. Essa obra era O Livro dos Espíritos de Allan Kardec.

Dispondo do dinheiro necessário, comprou-o e, recolhendo-se imediatamente ao lar entregou-se com avidez à leitura. O próprio Denis disse: “nele encontrei, a solução clara, completa e lógica, acerca do problema universal. A minha convicção tornou-se firme. A teoria espírita dissipou a minha indiferença e as minhas dúvidas”. Disse ainda que, depois de comprar o livro, escondeu-o de sua mãe, para depois descobrir que ela tinha encontrado o livro e também o estava lendo em sua ausência.

O ano de 1882 marca, em realidade, o início do seu apostolado, durante o qual teve que enfrentar sucessivos obstáculos: o materialismo e o positivismo que olhavam para o espiritismo com ironia e risadas e os crentes das demais correntes religiosas, que não hesitaram em aliar-se aos ateus, para ridicularizar e enfraquecer Léon Denis porém, como paladino, enfrentou a tempestade.

No dia dois de novembro de 1882, dia de Finados, um evento de capital importância produziu-se em sua vida: a manifestação, pela primeira vez, daquele espírito que, durante meio século, seria o seu guia, Jerônimo de Praga.

Léon Denis foi consolidador do espiritismo. Não foi apenas o substituto e continuador de Allan Kardec, como geralmente se pensa. Denis tinha uma missão quase tão grandiosa quanto à do Codificador. Cabia-lhe desenvolver os estudos doutrinários, continuar as pesquisas mediúnicas, impulsionar o movimento espírita na França e no mundo, aprofundar o aspecto moral da doutrina e, sobretudo, consolidá-la nas primeiras décadas do século.

No espiritismo o papel de Kardec é o sábio e o papel de Denis é o filósofo. León Denis foi chamado de o APÓSTOLO DO ESPIRITISMO e pela magnífica atuação desenvolvida, pela escrita e fala, em favor da nova doutrina foi, também o FILÓSOFO DO ESPIRITISMO.

De acentuadas qualidades morais, dedicou toda uma longa vida à defesa dos postulados que Kardec transmitiu nos cinco livros. Deve-se a ele a oportunidade ímpar que os espíritas tiveram de ver ampliados novos ângulos do aspecto filosófico da doutrina espírita, pois as suas obras de um modo geral focalizam numerosos problemas que assolam os homens, e também a sempre atual questão da sobrevivência da alma humana em seu laborioso processo evolutivo.

Dentre as suas múltiplas ocupações, foi presidente de honra da União Espírita Francesa, membro honorário da Federação Espírita Internacional, presidente do Congresso Espírita Internacional, realizado em Paris, no ano de 1925. Teve também a oportunidade de dirigir durante longos anos, um grupo experimental de espiritismo, na cidade de Tours. Após o desencarne de Allan Kardec, essa cidade tornou-se o ponto de convergência de todos os que desejavam tomar contato com o Espiritismo.

Léon Denis foi um autodidata que se preparou em silêncio, na obscuridade e na pobreza material, para surgir subitamente no cenário intelectual e destacar-se como conferencista e escritor de renome. Possuía uma inteligência robusta, desfrutando de apreciável grau de intuição.

Desencarnou em Tours em 12 de abril de 1927, aos 81 anos.

OBRAS DE LÉON DENIS:

- Depois da Morte
- Joana D´Arc (Médium)
- No Invisível
- O Problema do Ser, do Destino e da Dor
- O porquê da Vida
- O Gênio Céltico e o Mundo Invisível
- O Mundo Invisível e a Guerra
- O Além e a Sobrevivência do Ser
- O Espiritismo e o Clero Católico
- O Espiritismo e a Arte
- O Grande Enigma
- O Progresso
- Socialismo e Espiritismo
- Cristianismo e Espiritismo
- Espíritos e Médiuns

BIOGRAFIAS SOBRE LÉON DENIS:

- Dossiê Léon Denis, Eduardo Carvalho Monteiro (Madras Editora)
- Léon Denis, O Apóstolo do Espiritismo, Gaston Luce (Léon Denis – Gráfica e Editora)
- Léon Denis na Intimidade, Claire Baumard (Casa Editora O Clarim)

índice

Ed–17–Novidade

por Sandra Dourado

Curso: Conhecendo e Entendendo o Evangelho - 2º ano.

A partir de 7 de março, iniciam-se as aulas do 2º ano do curso que possibilita a análise do Evangelho, sobre o prisma científico, filosófico, ensinando-nos a colocar em prática no nosso dia a dia, os ensinamentos de Jesus.

O curso terá duração de um ano, com aulas as 4ª feiras das 20h às 21h30, e será ministrado pelos trabalhadores Sônia Ribeiro e Lúcia Nascimento.

As inscrições para aqueles que já tiverem feito o 1º ano deste curso, poderão ser realizadas na secretaria do IEE, a partir de 5 de fevereiro.

índice

Ed–17–Programação das palestras

QUARTA – 12h

11/jan

O semeador

João Almeida Sobrinho

18/jan

As bases do espiritismo

Adriana Vilela

25/jan

FERIADO

01/fev

Progredir e melhorar

Wilma Badan Caparroz

08/fev

Justiça das aflições

Ana Racy

15/fev

Reencarnação e justiça

Maria Inês Murbach

22/fev

FERIADO

29/fev

Vinda de Jesus

Eliana Galassi

SÁBADO – 10h

14/jan

Quem é o meu próximo

Anna Marina Cagnacci

21/jan

Perdão

Sandra Dourado

28/jan

As bases do espiritismo

Rafael Dourado

04/fev

Progredir e melhorar

Lucia Andrade

11/fev

Justiça das aflições

Andrea Rejane dos Santos

18/fev

FERIADO

25/fev

O perdão

Eliana Galassi

SEGUNDA – 20h

9-jan

Laços de família

Passarinho

16-jan

Responsabilidades no Matrimônio

Marcelo Saad

23-jan

Educação dos filhos

William Pescador

30-jan

Espiritismo no Lar

Maria Inês Murbach

6-fev

Religião e religiosidade

Marilson Gonçalves

13-fev

Rotina, ansiedade, solidão e liberdade

Osvaldo Coltri

20-fev

FERIADO

27-fev

Os valores pessoais e espirituais

Passarinho

QUINTA – 20h

12-jan

Laços de família

Rafael Dourado

19-jan

Responsabilidades no Matrimônio

Lucia Andrade

26-jan

Educação dos filhos

Rafael Dourado

2-fev

Religião e religiosidade

Wilma Badan

9-fev

Rotina, ansiedade, solidão e liberdade

Joyce Baena

16-fev

Maturidade psicológica: ter e ser

Helga Klug Doin Vieira

23-fev

Os valores pessoais e espirituais

Lucia Andrade

índice

Ed–17–Programação


ÁREA EDUCACIONAL


CURSO DE INFORMÁTICA BÁSICA I 
4as feiras das 19h30 às 21h
sábados das 10h às 11h
Proporciona a inclusão digital do aluno.

CURSO DE INFORMÁTICA: INTRODUÇÃO À INTERNET
3as feiras das 19h às 20h30 
Permite acesso à internet e redes sociais.

CURSO DE INGLÊS

BÁSICO 1º ano: 2as feiras das 20h às 21h
BÁSICO 2º ano: 4as feiras das 18h50 às 20h 
BÁSICO 3º ano: início em 2012 as 4as feiras
Oferece uma aproximação com a língua inglesa abrindo portas para um mundo globalizado.

CURSO DE ALFABETIZAÇÃO PARA ADULTOS – Oficina de leitura e escrita
3as, 4as e 5as feiras das 14h30 às 16h30
Proporciona a educação básica através do conhecimento das letras e da leitura com interpretação de textos. 

ÁREA DOUTRINÁRIA

Os cursos reiniciam no dia 7 de março. Inscrições a partir de fevereiro na recepção.

CURSO DE INICIAÇÃO AO ESTUDO DO ESPIRITISMO
Oferece ao aluno conhecimentos básicos da doutrina espírita, para que ele possa ingressar nos cursos de Educação Mediúnica ou de Evangelho.

4as feiras das 20h às 21h30

NOVO: 4as feiras das 14h30 às 16h

CURSO DE DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO MEDIÚNICA
Visa educar e treinar o médium através de estudo e do exercício da prática mediúnica, proporcionando segurança no processo das manifestações espirituais. 4as feiras
1º ano - das 20h às 22h
2º ano - das 20h às 22h

CURSO: CONHECENDO E ENTENDENDO O EVANGELHO

O curso dá a base para a análise do Evangelho, sobre o prisma científico, filosófico e ensina a colocar em prática, no dia a dia, os ensinamentos de Jesus. 4as feiras

1º ano - das 20h às 21h30

2º ano - das 20h às 21h30

CURSO DE EDUCAÇÃO ESPÍRITA PARA INFÂNCIA E JUVENTUDE

(EVANGELIZAÇÃO) Aulas reiniciam no dia 3 de março.

Sábados das 10 às 11h30 (das 10h às 11h: palestra e passe, aberta ao público)

Faixa etária: 3 a 18 anos

Inscrições permanentes

ATENDIMENTO FRATERNO

Destinado a qualquer pessoa que procure a casa espírita. Visa esclarecer e orientar, de forma preliminar, sobre o contexto espírita, além de encaminhar para atividades e atendimentos segundo suas necessidades.
2as e 5as feiras às 20h e 4as feiras às 13h

PALESTRAS E PASSES
2as e 5as feiras às 20h

4as feiras às 12h

Sábados às 10h

ÁREA FILANTRÓPICA


CURSO PARA GESTANTES
Com o objetivo de informar e acolher a gestante, o programa do curso é apresentado em seis encontros por uma equipe multidisciplinar voluntária, composta por profissionais das áreas de psicologia, nutrição, pedagogia, serviço social, educação, fisioterapia e enfermagem.

Quartas, 15h às 17h (reinício na primeira quarta feira de março de 2012).

OFICINA DE COSTURA, TRICÔ E CROCHÊ
Cursos gratuitos para confecção de casaquinhos e mantas para compor o kit enxoval do bebê; produção de peças para o bazar interno.
Terças e quintas, 14h30 às 16h30

OFICINA DE ARTESANATO
Cursos gratuitos de pintura e decoupagem em madeira; produção para o bazar interno.
Terças e quinas, 14h30 às 16h30

índice