Ed. 10 – Por dentro do IEE – Grupo de apoio ao paciente Eurípedes e Bezerra - GAPEB

por Lucia Maria Silva de Andrade

Continuando a nossa série Por dentro do IEE, vamos conhecer nesta edição mais alguns trabalhos de nossa casa. 

Na edição anterior conhecemos o setor de Atendimento Fraterno e como é feito o Tratamento Espiritual, recordam-se?

Agora veremos outro tipo de trabalho que exige além de disciplina, dedicação e conhecimento: Grupo de Apoio ao Paciente Eurípedes e Bezerra – GAPEB.

Mas o que é o GAPEB?

- É um grupo que atende, por meio do passe, pessoas que não tenham condição de se locomover até a casa espírita, tanto nas residências quanto em hospitais. O atendimento é limitado ao paciente. Horário: Terças-feiras, das 19h30 até às 22h

E como é feito esse atendimento? A captação de pacientes se dá por meio do preenchimento de fichas específicas, que são disponibilizadas no Atendimento Fraterno. Essas fichas passam por uma triagem da administração do trabalho. As pessoas escolhidas têm o período de atendimento determinado (1 a 3 meses), tempo que pode ser renovado de acordo com a avaliação das equipes responsáveis pelo atendimento.

Compostas por grupos de três voluntários, as equipes se reúnem no IEE ao início dos trabalhos para uma prece inicial. Na sequência, seguem para os atendimentos, limitados a três por noite de trabalho, ou aproximadamente três horas de duração.

No local de atendimento, é feita a leitura de uma mensagem, visando preparar o ambiente, uma prece, e em seguida, aplicado o passe.

Os pacientes visitados devem necessariamente, se conscientes, concordar com a aplicação do passe. No caso de inconsciência, um parente próximo deve garantir que o paciente não teria discordância com o procedimento – e a coordenaçãodo trabalho decidirá se está confortável com este aspecto.

O tempo de tratamento varia de caso a caso, mas sempre há uma reavaliação, a cada intervalo de três meses.

O trabalho foi concebido para atendimento tanto em residências quanto em hospitais. No momento, estamos realizando atendimentos apenas em residências, mas não significa que pacientes em hospitais não poderão ser incluídos quando houver expansão das atividades do trabalho.

O passe não é a cura em si. É o instrumento que nos é oferecido para levar auxílio àqueles que necessitam paz, tranquilidade, esperança, renovação energética.

A cura, propriamente dita, é tarefa individual e indelegável, e cada espírito pode escolher o que fazer com a ajuda recebida. É importante que não se crie a expectativa da cura física com o passe, tendo em vista que em muitos casos a enfermidade é uma escolha de reencarnação.

O que pode ser esperado é uma ajuda que permite que o indivíduo atravesse o seu processo de crescimento da melhor forma.

Outro trabalho imprescindível numa casa espírita é a assistência espiritual dispensada a encarnados e desencarnados. O trabalho realizado às segundas-feiras das 20h às 21h, compõe-se de três etapas:

- leitura e comentários a respeito do Evangelho segundo o espiritismo e literatura complementar (no momento estamos lendo o livro Espírito da Verdade, psicografado por Chico Xavier, com mensagens de várias entidades: Emmanuel, André Luiz, Meimei, etc.),

- comunicações mediúnicas, por meio de psicografia e psicofonia, complementando os temas alvo de estudo e/ou orientações a entidades necessitadas de ajuda,

- irradiação atendendo aos pedidos de frequentadores do IEE, encaminhados pelo Atendimento Fraterno.

Para entendermos melhor esse trabalho, darei uma breve explicação sobre o que são as comunicações mediúnicas, psicografia, psicofonia e irradiação, com base nos textos de Hermínio Miranda, em Diversidade dos Carismas.

Para existir a comunicação mediúnica, é necessário a presença de um médium, que é todo aquele que sente num grau qualquer, a influência dos espíritos. Na prática, médium é aquele que consegue traduzir, por um efeito patente, a ação dos espíritos.

As condições para que esse fenômeno (comunicação) ocorra é a imprescindível afinidade e sintonia entre espírito e médium, condições ambientais favoráveis, permissão da espiritualidade superior, necessidade da comunicação, vontade do espírito em comunicar-se e vontade do médium em se dispor ao processo, além de estudo e responsabilidade por parte do médium.

Nos trabalhos mediúnicos é comum existirem “comunicações mediúnicas” (espírito comunicante) e “comunicações anímicas” (próprio médium).

É importante que o dirigente, o grupo mediúnico e o médium aprendam a distinguir os dois tipos de comunicação. É importante que o animismo não exista quando o trabalho espiritual é destinado à manifestação de espíritos desencarnados, em especial nos trabalhos de desobsessão. Da mesma forma, é importante, nos trabalhos de desenvolvimento mediúnico, que seja distinguido claramente, com transparência e franqueza.

O animismo, se não percebido e conduzido adequadamente, pode levar ao autobloqueio da faculdade mediúnica e ao estabelecimento de viciações que podem por a perder todo o trabalho de uma equipe mediúnica.

Geralmente, a primeira questão que surge em nossa mente, quando sefala em comunicação mediúnica, sobretudo em se tratando da psicofonia, é como ocorre ou se há de fato a “incorporação” do espírito pelo médium.

É importante deixar claro que a literatura espírita classifica como inadequado o termo incorporação, utilizando os termos passividade ou, mais apropriadamente, oportunidade, para designar a comunicação mediúnica, seja por psicografia ou psicofonia.

Hermínio Miranda também diz que existem duas situações básicas que podem ocorrer nas comunicações mediúnicas. Na primeira, o espírito comunicante induz o médium a se expressar, convertendo seus pensamentos em palavras ou escrita (psicografia); no segundo caso, o espírito comunicante se apossa mais amplamente nos controles mentais do médium, podendo manifestar não somente suas idéias como também sua língua, seu tom de voz, seu sotaque, trejeitos e demais características pessoais (psicofonia).

E por último, a “irradiação”, que segundo o dicionário, é o ato ou efeito de emitir ondas, lançar raios de luz, de calor ou vibrações. Em termos de espiritismo, a definição para irradiação é: transmissão de fluidos espirituais à distância. No processo da irradiação, transmitimos aos outros, pelo mecanismo da força mental, a carga de força vital que dispomos para doar. A irradiação se faz à distância, projetando o nosso pensamento e sentimentos em favor de alguém, movimentando as forças psíquicas através da vontade.

Para participar desses trabalhos (embora seja um grupo fechado), é necessário ter base sólida da doutrina espírita e ter frequentado cursos referentes ao evangelho e à mediunidade. O grupo existe há mais de 20 anos, participando, ativamente, dos trabalhos realizados pelo IEE.

Na próxima edição, veremos mais alguns grupos de atendimento e de estudos na Nossa Casa.

Até lá. Abraços.

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