Ed. 06 - Centenário de nascimento de Francisco Cândido Xavier

por Aldo Colasurdo

A Providência Divina, tem concedido o reencarne, na Terra, de espíritos evoluídos, visando com isto, o progresso social da humanidade. Assim é que, em 2-4-l9l0, nascia na cidade de Pedro Leopoldo, no Estado de Minas Gerais, Francisco Candido Xavier. Vindo ao mundo em lar humilde, cedo lhe faltaria a mãe, restando ao pai cuidar de 9 filhos. Chico acabou sendo adotado por sua madrinha, a quem mostrou-se ternamente agradecido, embora alguns historiadores a julgam muito rigorosa. Os relatos históricos tem nos demonstrado que, a maioria dos personagens que se destacam na Terra, vivem sua infância e juventude enfrentando dificuldades. Este destino, nos parece ter sido parte inicial da vida de Chico Xavier.A rigor, sua produção psicográfica acentuou-se a partir de l928, quando passou a dedicar cerca de 5 horas diárias para esta função. Em suas atividades, sempre fazia constar o “crédito” ou o nome do espírito que trazia a mensagem. Sua primeira obra destacada, foi Parnaso de Além-túmulo. Nela consta 56 poesias de autoria de cerca de l4 destacados literatos brasileiros. A respeito de sua vida mediúnica, Chico a divide em 3 períodos; o primeiro inicia-se em l9l5, aos cerca de 5 anos de idade; o segundo de l928 (com cerca de l8 anos de idade) chegando até l93l; daí por diante, o terceiro (com 2l anos de idade).

Emmanuel e André Luiz

Por volta de l93l, estava Chico meditando, quando surge um espírito imponente, vestido com túnica típica de sacerdotes, e foi logo ao assunto, ou seja, se Chico estaria disposto a trabalhar na mediunidade, o que ele aceitou, desde que os espíritos não o abandonassem. Daí então aquele espírito estranho se tornaria íntimo colaborador sob o nome de Emmanuel Outro grande mensageiro do plano espiritual foi André Luiz, que em anterior encarnação teria sido médico. Com sua colaboração, Chico psicografou cerca de l6 livros.

Visitantes

Em l951, já era grande o número de pessoas que o visitavam, por vários motivos, e entre elas o destacado professor italiano Pietro Ubaldi, autor de famosas obras literárias, entre as quais se destaca “A Grande Síntese”, que Chico lera e apreciara. Na ocasião, surpreendeu o visitante com varias revelações, afirmando-lhe ainda, as presenças de seu filho Franco Ubaldi morto na guerra e de sua mãe, que o chamava de “mio garofanino ”, o que foi confirmado pelo professor.

Parceria: Chico Xavier eWaldo Vieira

Em l955, apresentou-se a Chico, um rapas de 23 anos, acompanhado de sua mãe, chamava-se Waldo Vieira. Este desde l3 anos de idade, recebia textos do alem, tornando-se líder da mocidade espírita. Chico e Waldo trabalhariam juntos por muitos anos em cerca de l7 livros, sendo o primeiro intitulado “Antologia dos Imortais. Em l965, os dois embarcaram juntos para os Estados Unidos. Chegarão em Washigton, e no dia seguinte Visitaram um templo espírita, onde ninguém os conhecia; entretanto uma médium anunciou a “presença de irmãos de outro país e junto os espíritos Emmanuel e André Luiz”. Posteriormente saíram dos Estados Unidos, passando na França, visitando o túmulo de Kardec, passando ainda em Portugal. No ano seguinte voltariam aos Estados Unidos, aproveitando para editar em inglês alguns livros, como Agenda Cristã e Nosso Lar. Posteriormente, Chico voltou só para o Brasil com uma novidade, haviam finalizado a parceria, e Waldo que era medico formado, e foi participar de Curso de Pós-graduação em plástica, em outro pais. Provavelmente, nunca mais se encontraram.

Bienal do Livro

Chico Xavier, esteve no encerramento da Bienal Internacional do Livro, realizada em S.Paulo, de l7 a 25 de Junho de l972, no Pavilhão do Ibirapuera. Bastante elogiado, autografou várias de sua obras psicografadas.Na ocasião foi apresentado o livro de autoria de Jesus Gonçalves, intitulado “Flores de Outono” , que apresentava a seguinte particularidade: era dividido em 3 partes, sendo a primeira em que o poeta era materialista, a segunda parte em que era Espírita e a terceira, após seu desencarne, psicografada por Chico Xavier.

Premio Nobel da Paz

Em l98l, tornara-se uma das figuras mais estimadas e populares do Brasil, com cerca de l83 livros publicados. Naquela ocasião, um destacado radialista, Augusto César Vanucci, com grande apoio, iniciou movimento para apresentar Chico, como candidato ao Premio Nobel da Paz de l98l. Posteriormente, em acontecimento em que compareceram artistas e membros dos meios de comunicação, lançou-se campanha nacional neste sentido, e houve apoio voluntário de alguns países. Na Comissão Pró-indicação formada, faziam parte entre outros, o Deputado Federal Freitas Nobre, sua esposa Marlene R. S. Nobre e Divaldo Franco. Freitas Nobre entregou ao Instituto Nobel as pastas contendo resumo histórico do candidato. O prêmio foi concedido para o Alto Comissário da ONU Para Refugiados. O redator de uma revista brasileira, levantou uma hipótese que talvez justificasse o fato: “ o critério de seleção que já premiou vários belicistas, não agiria coerentemente premiando um pacifista”. No dia seguinte, ao saber da derrota, Chico declarou-se feliz pela autorga do premio á aquela Instituição. A campanha, serviu para divulgar o Espiritismo alem de aumentar a vendagem dos livros Espíritas. O fato demonstra claramente que, muitos autores como Chico, vêem sua missão de tal maneira importante, a ela se dedicando de corpo e alma. Para eles prêmios ou reconhecimento tem importância secundária.

MissãoTerrestre

Escritores laboriosos que tem obtido sucesso em suas atividades, saboreiam o que lhes oferece o produto de seu trabalho, o livro, de maneira egoísta. Porem, nem sempre, , levam em consideração a grande missão que lhe é concedida pela Providência Divina, colaborar para a busca do progresso e da felicidade humana. Entre as exceções podemos citar um nome, Francisco Candido Xavier. Vindo ao mundo em lar humilde, na própria pele conheceu as agruras da pobreza. Com seus esforços, se tornaria destacado e respeitado literato. Sua obra e os recursos através dela obtidos, foram dirigidos a instituições de caridade. Em seu lar humildade, despojado do luxo que a fama lhe dava, atendia a todos os peregrinos que o procuravam. Sempre repartiu o pão de sua mesa com os pobres e necessitados. Ao compará-lo com a maioria dos escritores que vivem da arte exclusivamente para si próprio, aumentamos nossa admiração e respeito a figura de Chico. No dia de sua partida para o plano espiritual, compareceram milhares de pessoas de todo o país e de sua cidade. Ainda, nos dias de hoje, muitos são os que visitam sua ultima morada com pedidos, na certeza de serem ouvidos. Que sua vida possa servir de exemplo a todos aqueles que possuem o dom das letras; lembremos ainda, que para toda a espécie humana, a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.

Bibliografia
Evangelho Segundo o Espiritismo
Livro: As vidas de Chico Xavier de Marcel S.Maior

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