ed.21-Assuntos em família

Sueli Ines Arruda Issa


VIVENDO EM SOCIEDADE
O que fazemos com tudo que observamos, percebemos ou sentimos sobre como as coisas andam, como está a vida no bairro, na cidade, no mundo?
Normalmente comentamos com amigos, vizinhos, familiares, nas filas que com constância pegamos (banco, padaria, supermercado...). Desabafamos nossas perplexidades, nossa raiva, nossa indignação. Que alívio. Estamos prontos a partir daí para vivermos e sentirmos tudo novamente. E o ciclo continua, se mantém e se autoalimenta.
Nada muda, tudo permanece como está. Delegamos as mudanças a serem feitas para os outros. Somos experts na crítica e na cobrança. E na ação?
Esquecemos com muita facilidade que viver é estar em constante mudança. Cada experiência nova nos modifica, traz pontos novos e importantes para uma reflexão.
Nossa visão sobre o mundo se altera ao longo da nossa história pessoal e com certeza se alterará a cada etapa vivida. Isto é, se quisermos ter este trabalho e disposição para as reflexões e ações que esta vida nos oferece. E isto não ocorre só individualmente, e sim também no grupo, na comunidade, na família, na vizinhança.
Pensando desta forma retomo uma experiência importante ocorrida aqui em São Paulo e que alguns de vocês provavelmente tomaram conhecimento através dos jornais, TV e Rádio.
Duas pessoas percebendo a situação que todos vivemos em relação à segurança e ecologia resolveram convidar síndicos de prédios vizinhos ao delas para uma conversa a respeito destes temas. Elaboraram uma carta e entregaram-na em cada Edifício (aproximadamente oito ruas, formando um quadrilátero no Itaim Bibi), convidando-os para uma reunião.
E assim, em março de 2009, a reunião aconteceu e dela surgem objetivos, metas e providencias quanto à segurança e reciclagem.
Em agosto de 2009, a parceria com a Polícia Militar foi feita e desta, surgiram palestras (2 vezes ao ano) para os funcionários dos edifícios envolvidos, dadas pela PM no intuito de orientá-los em como estarem atentos à segurança própria e dos condôminos, assim como outras orientações importantes.
Surgiu também a idéia, dada pela PM, de implantação de rádios entre os edifícios, pelos quais os funcionários se comunicam, entre si, sobre eventuais atitudes ou fatos suspeitos.
A noção de comunidade passou a se estabelecer e a ser vivenciada. Não se pensa só em si, mas no outro também. Assim surgiu o projeto “Vizinhança Solidária”, que permanece ativo desde aquela época.
No dia 26 de junho o Governo do Estado de São Paulo lançou o “Vizinhança Solidária” também para bares e restaurantes do Itaim Bibi.
Ficam aqui a reflexão e o convite para a ação. A política está no dia-a-dia, porque ela está na comunidade, diz o filósofo Mário Sérgio Cortella. Quando deixamos de lado as diferenças e conseguimos nos organizar, ficamos mais fortes e podemos fazer muito mais.
Vamos lá?

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