Ed.20–Beneméritos da humanidade

Lucia Andrade

Bezerra de Menezes

bezerra de menezes

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (Riacho do Sangue, 29 de agosto de 1831 — Rio de Janeiro, 11 de abril de 1900) foi um médico, militar, escritor, jornalista, político e expoente da doutrina espírita no Brasil.

Bezerra de Menezes foi chamado de “o Kardec brasileiro”, “o médico dos pobres”, foi uma das personalidades públicas mais conceituadas do Brasil e conseguiu dar uma nova orientação e ânimo ao espiritismo no país.

O resultado de sua obra se estende até esse início de século 21, com a multiplicação de centros e comunidades espíritas que carregam, mais do que o seu nome, sua postura diante da vida e o esforço em ajudar o próximo sem esperar qualquer tipo de recompensa.

Começou seus estudos na escola pública em 1838 e, em 1842, foi para o Rio Grande do Norte: sua família teve de se transferir por motivos políticos, uma vez que eram liberais e estavam sendo perseguidos.

Bezerra de Menezes foi para o Rio de Janeiro em 1851 e, a partir de novembro de 1852, entrou como interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia.

Em 1856, conseguiu obter seu doutorado pela Faculdade de Medicina, defendendo a tese Diagnóstico do Cancro. Posteriormente, iniciou um período de atividades políticas que fariam com que seu nome se tornasse ainda mais conhecido no país.

Canuto de Abreu, um dos mais importantes historiadores do espiritismo no Brasil, escreveu que outra missão o aguardava, não para que ele fosse coroado de louros, mas para que tivesse uma tarefa ainda mais importante, servindo ao seu país de uma forma que se mantém na memória e rende frutos até hoje.

Em 1875, surgia a primeira edição brasileira de O Livro dos Espíritos, traduzido por Joaquim Carlos Travassos, que ofereceu um exemplar ao Dr. Bezerra de Menezes.

Ao mesmo tempo em que entrava em contato com o espiritismo, Bezerra de Menezes continuava seu trabalho como médico, destacando-se por sua postura humanista, atendendo pessoas sem condições de pagar o tratamento e até mesmo indigentes.

Com o pseudônimo de Max, ele começou a escrever para o jornal O Paiz, em 1886 e seus textos chegaram a ser considerados entre os mais importantes estudos filosóficos e doutrinários do espiritismo no país. Em 1890 e 1891 foi vice-presidente da FEB, época em que também traduziu o livro Obras Póstumas, de Allan Kardec.

Com sua postura nada ambiciosa e desapegada das coisas materiais, Bezerra conquistou a admiração de muitas pessoas, mas também teve problemas, sendo reduzido à pobreza em 1892. Mas não abandonou a luta em favor do espiritismo, escrevendo sua seção dominical de O Paiz, artigos para o Reformador, e romances.

Ele se manteve como presidente da FEB até desencarnar, no dia 11 de abril de 1900.

Chegou a ser chamado de “o Kardec brasileiro”, e sua obra mais consistente, foi a que se refere à ajuda aos pobres e necessitados, não pensando duas vezes na prestação de serviços e em dividir o pouco que possuía.

No mundo extremamente materialista em que vivemos nesse início de século é um exemplo que deve sempre ser seguido.

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