Ed.20–Assuntos em família

Sandra Maria Mello Dourado

“O amor deve ser sempre o ponto de partida de todas as aspirações e a etapa final de todos os anelos humanos”.
Joanna de Ângelis

casal

Casamento é a união de duas pessoas que se amam.

Ponto final? Não, só o começo, ou recomeço.

Quando casamos escolhemos um companheiro de viagem. Para uma boa viagem são necessários cuidados detalhados: para onde vamos, o que é preciso levar, o que suportamos carregar e mais importante como manter a viagem agradável sem ter vontade de interromper.

Faz parte do progresso aprender a conviver com o outro. Desenvolver a capacidade de dar e receber. Se os dois querem receber, falta quem dê. Onde só um dá e o outro recebe, a relação é insatisfatória, frustrante.

Se na bagagem há muito mais orgulho e egoísmo, não há lugar para envolvimento e companheirismo. O problema não está nas diferenças ou semelhanças, mas, sim, no risco de tornar a relação competitiva ou carente de afeto. Articular com êxito as semelhanças e diferenças é proporcional a maturidade espiritual.

Por vezes as pessoas não se veem como realmente são. Há a idealização de alguém que vem para completar; só que somos inteiros, não somos a parte que falta, que preenche um vazio, mas a que está ao lado. Colocar no outro a tarefa de nos fazer feliz é um grande fardo, é querer moldá-lo ao nosso gosto, o que resulta em desilusão. Respeito e reconhecimento das próprias qualidades e limitações preserva a própria individualidade e a do companheiro.

Ser invasivo ou manter uma fronteira rígida são condutas igualmente nocivas. Não respeitar o espaço do outro, é invasão. Não permitir que o outro faça parte da sua vida é não permitir ser acompanhado. Em ambos os casos não ocorreu efetivamente o “casamento”, no primeiro há um controle disfarçado de amor, no segundo a indiferença.

Todos trazem reflexos de outras vidas, da orientação, do exemplo dos pais e do convívio social. E aliado a toda bagagem espiritual manifesta sua cultura, educação, preconceitos, conflitos, inclinação e habilidades. O casamento é um exercício maravilhoso e uma excelente oportunidade para o desenvolvimento de nossas potencialidades, dentro do mecanismo da lei de reencarnação.

Nesta viagem não basta sentir, é necessário investir. Então é imprescindível comunicar que ama através de palavras e atitudes; abraçar, elogiar, dizer que o outro é uma pessoa especial, ouvir, compreender, não depreciar e perdoar.

Resposta das questões 695 e 696: Casamento é um progresso na marcha da Humanidade. A abolição seria um retrocesso à vida animal. O livro dos espíritos – Allan Kardec

Referências bibliográficas:

ALMEIDA, Alberto. A arte do (re)encontro-casamento. Curitiba: Federação Espírita do Paraná, 2010.

LOPES, Sergio L. S. Leis morais e saúde mental. Porto Alegre: Federação Espírita do Rio Grande do Su, 2007.

KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.

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