VIVENDO EM SOCIEDADE
O que fazemos com tudo que observamos, percebemos
ou sentimos sobre como as coisas andam, como está a vida no bairro, na cidade,
no mundo?
Normalmente comentamos com amigos, vizinhos,
familiares, nas filas que com constância pegamos (banco, padaria, supermercado...).
Desabafamos nossas perplexidades, nossa raiva, nossa indignação. Que alívio. Estamos
prontos a partir daí para vivermos e sentirmos tudo novamente. E o ciclo
continua, se mantém e se autoalimenta.
Nada muda, tudo permanece como está. Delegamos as
mudanças a serem feitas para os outros. Somos experts na crítica e na cobrança.
E na ação?
Esquecemos com muita facilidade que viver é estar
em constante mudança. Cada experiência nova nos modifica, traz pontos novos e
importantes para uma reflexão.
Nossa visão sobre o mundo se altera ao longo da
nossa história pessoal e com certeza se alterará a cada etapa vivida. Isto é, se
quisermos ter este trabalho e disposição para as reflexões e ações que esta
vida nos oferece. E isto não ocorre só individualmente, e sim também no grupo,
na comunidade, na família, na vizinhança.
Pensando desta forma retomo uma experiência importante
ocorrida aqui em São Paulo e que alguns de vocês provavelmente tomaram
conhecimento através dos jornais, TV e Rádio.
Duas pessoas percebendo a situação que todos
vivemos em relação à segurança e ecologia resolveram convidar síndicos de
prédios vizinhos ao delas para uma conversa a respeito destes temas. Elaboraram
uma carta e entregaram-na em cada Edifício (aproximadamente oito ruas, formando
um quadrilátero no Itaim Bibi), convidando-os para uma reunião.
E assim, em março de 2009, a reunião aconteceu e
dela surgem objetivos, metas e providencias quanto à segurança e reciclagem.
Em agosto de 2009, a parceria com a Polícia
Militar foi feita e desta, surgiram palestras (2 vezes ao ano) para os
funcionários dos edifícios envolvidos, dadas pela PM no intuito de orientá-los
em como estarem atentos à segurança própria e dos condôminos, assim como outras
orientações importantes.
Surgiu também a idéia, dada pela PM, de implantação
de rádios entre os edifícios, pelos quais os funcionários se comunicam, entre
si, sobre eventuais atitudes ou fatos suspeitos.
A noção de comunidade passou a se estabelecer e a
ser vivenciada. Não se pensa só em si, mas no outro também. Assim surgiu o
projeto “Vizinhança Solidária”, que permanece ativo desde aquela época.
No dia 26 de junho o Governo do Estado de São
Paulo lançou o “Vizinhança Solidária” também para bares e restaurantes do Itaim
Bibi.
Ficam aqui a reflexão e o convite para a ação. A
política está no dia-a-dia, porque ela está na comunidade, diz o filósofo Mário
Sérgio Cortella. Quando deixamos de lado as diferenças e conseguimos nos
organizar, ficamos mais fortes e podemos fazer muito mais.
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