Edição 04 – novembro e dezembro 2009

Editorial
Esterlita Moreira

Capa – Um gesto de amor incondicional
Maria Inez Batista Araújo

Doutrinária – Caridade
Fernande Hack

Ensinamentos – A vida e o cristianismo
Aldo Colassurdo

60 anos de história – capítulo III
Lúcia Maria Silva Andrade

Expediente

Ed. 04 - Editorial


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Esterlita Moreira
Diretora filantrópica e educadora



O trabalho voluntário

Fazer o bem a serviço de quem
Todos sabem que as casas espíritas contam muito com o trabalho voluntário. E a nossa casa também. Aqui, a exceção das funções administrativas, todas as outras são realizadas a partir da colaboração de voluntários. Palestrantes, instrutores, dirigentes, passistas, expositores, atendentes, todos dedicam horas preciosas na preparação e execução dos trabalhos. E é graças a essa equipe voluntária que a casa espírita pode oferecer cursos, palestras, seminários, atendimento fraterno e espiritual.
Instituições benemerentes adotam alguns procedimentos para contratar o trabalhador voluntário. É necessário candidatar-se, passar por uma entrevista e comprovar referências. A pessoa que tem intenção de oferecer o seu trabalho deve apontar uma área de interesse combinando sua experiência com a necessidade da instituição. Sem um propósito, sem uma direção, a conexão do voluntário com o trabalho não se fortifica. Toda doação deve ser útil para o maior número de pessoas. Fazer o bem, dar de si o melhor, dedicar horas que te fariam falta, em prol do próximo, é agir segundo os preceitos do Evangelho. É saber agir e fazer cumprir o trabalho em nome de Jesus.
De outro lado, o requisitante do trabalho, também deve se preparar para receber o voluntário. Como deve agir a casa espírita na qualificação do voluntário? Quem nos responde é Eurípedes Barsanulfo (1880-1918), em espírito: “Somente oferecendo, primeiro ou quanto possível, o conhecimento doutrinário e seguro em Allan Kardec, poderemos preparar voluntários espíritas conscientes, perseverantes e realizadores à altura do Evangelho” (*).
Os trabalhadores voluntários de nossa casa vêm em grande parte das salas de aula. Sua porta de entrada foi o atendimento fraterno, frequentaram nossas palestras e foram para os cursos estudar a doutrina espírita. Durante esses estágios, e no dia-a-dia, foram sendo informados e esclarecidos sobre os planos de trabalho de nossa casa, bem como dos preceitos morais que embasam nossos projetos doutrinários e filantrópicos.
Sem dúvida, o trabalho competente vem alicerçado no estudo. Mas, se faz necessário também, a busca pelo aprimoramento moral, procurando entender os problemas naturais da convivência humana. Alcançar a pureza doutrinária deverá ser a meta de todo trabalhador, que é seguir trabalhando segundo oeEvangelho de Jesus. Quando auxiliamos alguém, é para Jesus que estamos trabalhando.
O conhecimento das leis divinas nos manterá no serviço. E é pelo trabalho caritativo que seguiremos rumo a nossa perfeição.
E, então, vamos ao trabalho?
(*) O zelo de tua casa, pelos espíritos Eurípedes Barsanulfo, Bezerra de Menezes, Yvonne do Amaral Pereira, Gustavo Marcondwes, Nora, Pietro Augustus, Constanza Augustus e Simplicidade.


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Ed. 04 – Capa: Um Gesto de Amor Incondicional

por Maria Inez Batista Araújo
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Creche Lar Criança Feliz


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Casa da Criança Francisco Alves

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Centro de Juventude Nosso Lar

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Lar de Idosos Vivência Feliz
“Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos; se tiver o dom de profecia, e penetrar todos os mistérios; se tiver toda a fé possível, a ponto de transportar montanhas, mas não tiver caridade, nada sou. Entre essas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade”
(ESE cap.XV -7).
A vontade de fazer o bem, fraternalmente, deve vir sempre do coração, em qualquer tempo e lugar. Não deveria se concentrar somente nesta época do ano em que se aproxima o natal e os corações sentem-se mais sensibilizados por todo tipo de carência humana e pelas emoções que surgem diante dos infortúnios. Portanto, nada melhor do que apresentar aqui as ações da área filantrópica do IEE, para que os leitores possam conhecer o trabalho executado durante todo o ano, a muitas mãos. Mãos voluntárias, mãos parceiras, mãos trabalhadoras, mãos de pessoas desprendidas, que passam a vida tentando ajudar a diminuir o sofrimento alheio.




“Em verdade vos digo, que quantas vezes vós fizestes isto a um destes meus irmãos
mais pequeninos, a mim é que o fizeste.” (Mateus, XXV:31-46)



É este ensinamento, que Jesus transmitiu aos seus discípulos e a todos os cristãos, que move a área filantrópica da nossa instituição, no sentido de prestar assistência material e espiritual a pessoas ou famílias necessitadas. São acolhidas e amparadas, nos projetos da área, instituições beneficentes dedicadas à caridade de maneira mais ampla e que desenvolvam trabalhos com populações socialmente carentes ou desamparadas.

O IEE tem colaborado desde 2004 com o Lar de Idosos Vivência Feliz, instituição sem fins lucrativos na região do Jabaquara, que presta assistência, proteção e amparo a 31 idosos carentes, de ambos os sexos, preferencialmente pessoas que estão em situação de rua. Este
auxílio é obtido através dos vários eventos realizados no IEE. Como a Noite da Pizza, em abril, que contou com a participação de trabalhadores da casa, alunos dos cursos, voluntários, frequentadores e também com doações diversas, sem as quais teria sido muito difícil a realização do evento. O sucesso da Noite da Pizza resultou na compra de um freezer e outros utensílios que, no momento, eram prioritários ao atendimento dos idosos do Lar (ver matéria na edição n.2 do Jornal do IEE). Destinou-se à instituição, também, parte da renda obtida na
Barraca do IEE que vendeu doces na Festa Junina do Condomínio Panamby. Com esses recursos o Lar pôde adquirir fraldas para os idosos.

A Creche Vivência Feliz é outra instituição apoiada e também tem algumas das suas necessidades supridas pelo dinheiro arrecadado em eventos e campanhas do IEE.
Neste caso, a ajuda é mais pontual, dando-se de acordo com as requisições da mesma, cujo último pedido foi de material escolar. Também receberam parte da renda obtida na Barraca do IEE no Condomínio Panamby. Os recursos obtidos foram destinados para a criação do Cantinho da Leitura, com a aquisição de livros infantis.

A creche, que funciona há 11 anos na região de Indianópolis, atende gratuitamente 73 crianças de 1 a 3 anos e é considerada uma creche de passagem, pois as famílias moram na periferia e trabalham na região. A instituição, que possui convênio com a prefeitura de SP
para o encaminhamento de crianças cadastradas, se propõe a cuidar e estimular as crianças, preparando-as para a alfabetização.
Em sua estrutura, a creche possui as seguintes fases de estimulação:
Berçário II, Mini grupo e Primeiro estágio.
A Casa da Criança Francisco Alves também se encontra entre as instituições apoiadas pelo IEE.
Neste relacionamento que já leva 2 anos, o IEE vem contribuindo principalmente com as  Sacolinhas de Natal, projeto no qual cada criança recebe de um padrinho/ madrinha uma sacola contendo brinquedo, roupas, sapato, produtos de higiene e algumas guloseimas.
Tudo feito com a intensa colaboração dos frequentadores do IEE que se propõem a apadrinhar uma criança.

A casa também recebeu parte da arrecadação da Barraca do IEE no Condomínio Panamby e destinou seu quinhão para a compra de cestas básicas para as famílias atendidas.

A Casa da Criança funciona há 18 anos, atendendo hoje 280 crianças residentes da favela do Campo Limpo, tendo como missão a evangelização de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos, baseada na doutrina espírita. Realiza ainda atividades de teatro, introdução
musical, dança do ventre, coral e evangelização para mães.

Durante este ano, a área filantrópica iniciou, ainda,o apoio a outros projetos, como os desenvolvidos na Creche Lar Criança Feliz e no Centro de Juventude Nosso Lar, prestando
ajuda por meio de rendas obtidas com os eventos promovidos. Estas instituições foram beneficiadas recentemente o dinheiro arrecadado na Feijoada da Solidariedade, que
aconteceu no dia 19 de setembro.

O sucesso do evento se deu em parte pelo trabalho realizado por todos os voluntários, alunos dos cursos e trabalhadores da casa, que se dedicaram com afinco para que a festa atingisse seu objetivo de angariar os recursos necessários para ampliar o curso de informática oferecido aos jovens de famílias de baixa renda no Centro de Juventude, e em parte pela maciça
presença de frequentadores, alunos e da diretoria.
A creche Lar Criança Feliz funciona há 31 anos na região da Vila Olímpia, atendendo gratuitamente crianças de 1 a 4 anos em período integral, das 7:30 às 17:30. A maior parte
das famílias atendidas, cujas mães trabalham, em sua maioria, como empregadas domésticas na região, mora na periferia. A creche, conveniada com a prefeitura de São Paulo, recebe algumas doações de empresas, cada qual colaborando em seu ramo de atividade, como no
fornecimento de frutas e legumes por um hortifrutigranjeiro próximo.

Possui 7 salas de estimulação, sendo duas de Berçário II com 9 crianças cada, três de Mini grupos com 12 crianças cada e duas de Primeiro estágio com 24 e 22 crianças.
Conta com pessoal profissional qualificado para exercer os diversos cargos no atendimento às crianças.
A creche se propõe a cuidar/ educar a criança em todas as suas necessidades, desde as básicas, como alimentação , higiene e cuidados com o próprio corpo, como hábitos éticos e de cidadania, em seus projetos de trabalhos pedagógicos, transmitindo conhecimentos e preparando um cidadão consciente.
O Centro de Juventude Nosso Lar funciona no Jardim São Jorge, no KM 17,5 da rodovia Raposo Tavares, há 10 anos, e atende 150 crianças e jovens de 6 a 16 anos, vindos das 23 favelas da região, de segunda a sexta-feira, das 7:30 às 16:30.

Participam de atividades diversas, que complementam a educação do jovem, que deve frequentar a escola em um período e o centro no outro. Recebem alimentação – café da manhã e almoço para os que estudam à tarde e almoço e lanche da tarde para os que estudam
pela manhã. Atividades como capoeira, esportes, judô, coral, música instrumental, informática e
atividades pedagógicas pretendem incluir o jovem em projetos escolhidos por eles mesmos
a partir dos 11 anos, contribuindo para afastá-los de situações de marginalidade.

Todo esse trabalho desenvolvido pela área filantrópica do IEE está aberto para quem se interessar em participar e colaborar, pois devemos nos lembrar sempre e exercitar
diariamente os ensinamentos de Jesus, entre eles: “amarás ao teu próximo como a ti mesmo”
Como ajudar:
Lar de Idosos Vivência Feliz
Av. Jabaquara, nº 2.180 – Planalto Paulista,
CEP 04046-400
São Paulo - SP
Tel.: (11) 2275-0484
Creche Vivência Feliz
Av. Indianópolis, nº 2.717 –Indianópolis
CEP 04063-005
São Paulo – SP
Tel.: (11) 5078-8726
Email: vivenciafeliz@terra.com.br
Site: http://www.vivenciafeliz.org.br/
Casa da Criança Francisco Alves
Rua Luis Maria Ridel, nº 17-A – Jardim Umuarama, Campo Limpo
CEP 05795-230
São Paulo- SP
Tel.:(11) 3868-3993
Email: suelyfreire33@hotmail.com
Creche Lar Criança Feliz
Rua Quatá, nº 821 – Vila Olímpia
CEP 04546-044
São Paulo – SP
Tel.: (11) 3044-1119
Email: larcrianca_feliz@ig.com.br

Centro de Juventude Nosso Lar
Rua Augusto José Avancini, nº 248 – Jardim São Jorge
CEP 05568-050
São Paulo – SP
Tel.: (11) 3782-0368
Email: cjnossolar@hotmail.com


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Ed. 04 – Matéria Doutrinária - Caridade

por Fernande Hack
A palavra caridade vem do termo em latim “caritate” e pode significar, segundo o dicionário Michaelis, amor de Deus e do próximo, benevolência, bondade, bom coração, compaixão, beneficência e esmola.
No Evangelho segundo o Espiritismo, escrito por Allan Kardec, no capítulo 15, Fora da Caridade não há Salvação, temos a parábola do Bom Samaritano, baseada no evangelho de Lucas, que fala um pouco mais sobre o tema e assim segue:
E eis que se levantou um doutor da lei, e lhe disse, para o tentar: Mestre, que hei de eu fazer para entrar na posse da vida eterna? Disse-lhe então Jesus: Que é o que está escrito na lei? Como lês tu? Ele, respondendo, disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a sua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E Jesus lhe disse: Respondeste bem; faz isso, e viverás. Mas ele, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? E Jesus, prosseguindo no mesmo discurso, disse: Um homem baixava de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos dos ladrões, que logo o espojaram do que levava; e depois de o terem maltratado com muitas feridas, se retiraram, deixando-o meio morto. Aconteceu pois que passava pelo mesmo caminho um sacerdote; e quando o viu, passou de largo. E assim mesmo um levita, chegando perto daquele lugar, e vendo-o, passou também de largo. Mas um samaritano, que ia a seu caminho, chegou perto dele, e quando o viu, se moveu à compaixão: E chegando-se lhe atou as feridas, lançando nelas azeite e vinho; e, pondo-o a sua cavalgadura, o levou a uma estalagem, e teve cuidado dele. E ao outro dia tirou dois denários, e deu-os ao estalajadeiro, e lhe disse: Tem-me cuidado dele; e quanto gastares demais, eu to satisfarei quando voltar. Qual destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu logo o outro: Daquele que usou com o tal de misericórdia. Então lhe disse Jesus: Pois vai, e faze tu o mesmo.
Allan Kardec, em seguida, transcreve os comentários da equipe espiritual que o auxiliou na preparação do Evangelho:
Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinamentos, mostra essas virtudes como sendo o caminho da felicidade eterna.Bem-aventurados, diz ele, os pobres de espírito - quer dizer os humildes -, porque deles é o Reino dos Céus; bem aventurados os que têm coração puro; bem aventurados os mansos e pacíficos; bem-aventurados os misericordiosos. Amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros o que desejaríeis que vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quereis ser perdoados; fazei o bem sem ostentação; julgai-vos a vós mesmos antes de julgar os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar, e o que ele mesmo dá o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater. Mas ele fez mais do que recomendar a caridade, pondo-a claramente, em termos explícitos, como a condição absoluta da felicidade futura.
São Paulo também é muito enfático sobre a importância da caridade, como podemos constatar na sua Epístola aos Coríntios, XIII:1-7 e 13:
Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, e não tiver caridade, sou como o metal que soa, ou como o sino que tine. E se eu tiver o dom de profecia, e conhecer todos os mistérios, e quanto se pode saber; e se tiver toda a fé até ao ponto de transportar montes, e não tiver caridade, não sou nada. E se eu distribuir todos os meus bens em o sustendo dos pobres, e se entregar o meu corpo para ser queimado, se todavia não tiver caridade, nada disto me aproveita. A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é invejosa, não obra temerária nem precipitadamente, não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. A caridade nunca jamais há de acabar, ou deixem de ter lugar as profecias, ou cessem as línguas, ou seja abolida a ciência. Agora pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes; porem a maior delas é a caridade.
No Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, existem outros esclarecimentos sobre a caridade:
Pergunta 886: Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

Resposta: Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.

Comentário: O amor e a caridade são os complementos da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai uns aos outros como irmãos.

A caridade segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque de indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entendo que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto mais cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.

Pergunta 887: Jesus também disse: “Amai mesmo os vossos inimigos”. Ora, o amor aos inimigos não será contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não provirá de uma falta de simpatia entre os Espíritos?

Resposta: Certo ninguém pode votar aos seus inimigos um amor terno e apaixonado. Não foi isso o que Jesus entendeu de dizer. Amar os inimigos é perdoar-lhes e lhes retribuir o mal com o bem. O que assim procede se torna superior aos seus inimigos, ao passo que abaixo deles se coloca, se procura tomar vingança.

Pergunta 888: Que deve se pensar da esmola?

Resposta: Condenando-se a pedir esmola, o homem se degrada física e moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseie na lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, sem que haja para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa-vontade de alguns.
a) - Dar-se-á reproveis a esmola?
Não; o que merece reprovação não é a esmola, mas a maneira por que habitualmente é dada. O homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que esse lhe estenda a mão.
A verdadeira caridade é sempre bondosa e benévola, está tanto no ato, como na maneira por que é praticado. Duplo valor tem um serviço prestado com delicadeza. Se o for com altivez, pode ser que a necessidade obrigue quem o recebe a aceita-lo, mas com o seu coração pouco se comoverá.

Lembrai-vos também de que, aos olhos de Deus, a ostentação tira o mérito ao benefício. Disse Jesus:” Ignore a vossa mão esquerda o que a direita der. Por essa forma, ele vos ensinou a não tisnardes a caridade com o orgulho.
Deve-se distinguir a esmola, propriamente dita, da beneficência. Nem sempre o mais necessitado é o que pede. O temor de uma humilhação detém o verdadeiro pobre, que muita vez sofre sem se queixar. A esse é que o homem verdadeiramente humano sabe ir procurar, sem ostentação.

Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, lei divina, mediante a qual governa Deus os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados. A atração é a lei de amor para a matéria inorgânica.

Não esqueçais nunca que o espírito, qualquer que sejam o grau de seu adiantamento, sua situação como reencarnado, ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior, que o guia e aperfeiçoa, e um inferior para com o qual tem que cumprir esses mesmos deveres. Sede pois caridosos, praticando, não só a caridade que vos faz dar friamente o óbolo que tirais do bolso ao que vo-lo ousa pedir, mas a que vos leve ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes com os defeitos dos vossos semelhantes. Em vez de votardes desprezo à ignorância e ao vício, instrui os ignorantes e moralizai os viciados. Sede brandos e benevolentes para com tudo o que vos seja inferior. Sede-o para com os seres mais ínfimos da criação e tereis obedecido à lei de Deus.
(São Vicente de Paulo)
Como podemos constatar, o Mestre Jesus, além da bela lição que nos deixou através do exemplo da história do Bom Samaritano, exemplificou a caridade e o amor ao próximo por meio dos seus atos durante a sua própria passagem na Terra. Outrossim, nos enviou através do Espírito da Verdade e sua equipe (por intermédio do Allan Kardec), conforme havia prometido, maiores esclarecimentos sobre a caridade e da importância que esta virtude tem na nossa evolução e na nossa felicidade futura. A prática da caridade é gratificante e podemos dizer que, praticada com amor, é um bálsamo para nossa alma.

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Ed. 04 – Ensinamentos – A vida e o cristianismo

por Aldo Colassurdo
Os ensinamentos evangélicos nos recordam que “a felicidade não é deste mundo”, já que o nosso orbe é um planeta de expiação e provas. Tais afirmativas tendem a convencer a maioria que nossa encarnação se limita a uma existência de muita tristeza e pouca felicidade.
No entanto, o Evangelho Segundo o Espiritismo nos traz esclarecedores e animadores ensinamentos. Assim é que, por meio do Plano Espiritual, nos chegam mensagens robustecendo nossa fé e a disposição para enfrentarmos o dia-a-dia.
Como sabemos, muitos seres, em provas, se submetem a reencarnações difíceis, procurando analisar suas capacidades. Nestes, nota-se humildade e resignação ao serem atingidos pelos maus momentos da vida. A maioria, no entanto, em expiação, são os que mais reclamam e se revoltam ao enfrentar os momentos cruciais da vida.
Porém, as obras literárias espíritas, como as do saudoso Francisco Cândido Xavier, nos recorda que o bem vence o mal. A prática do bem altera e diminui as consequências dos que estão sujeitos a expiação.
Podemos tomar como exemplo, a própria justiça humana: quando alguém é julgado culpado por transgredir as leis da sociedade é condenado a vários anos de reclusão em presídio. No entanto, comprovado seu arrependimento, e com o bom comportamento, através do tempo, poderá ter sua pena reduzida e em liberdade voltará novamente a vida social.
A justiça divina, perfeita em todos os sentidos, ao analisar erros do passado, nos conduz a uma vida de expiações. Entretanto, praticando as leis do amor, como nos recomendou o mestre Jesus, os sofrimentos originários dos erros cometidos no passado irão diminuindo. E se, ao termino de cada dia, as coisas não tiverem ocorrido como gostaríamos, e se as lágrimas do desânimo ameaçarem saltar dos nossos olhos cansados, escorrendo pelo rosto, devemos enxugá-las no manto da esperança, e continuar a semear o bem, pois dias melhores virão!

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Ed. 04 - 60 anos de história - Capítulo III

por Lucia Maria Silva de Andrade
Queridos amigos, nesta edição, dando sequência à matéria sobre a história do IEE, conheceremos os componentes da Diretoria Executiva, eleita no dia 24 de outubro, que irá administrar o IEE durante o período de 2010 e 2011. A pedido do jornal, cada um contou um pouquinho sobre como conheceu o Instituto e de que maneira pretende contribuir para a nossa casa.
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Da esquerda para a direita: Nello Garbini, Esterlita Moreira, Lúcia Maria Silva de Andrade, Claudia Garbini, Rafael Berlese de Matos Dourado,
Mauricio Ferreira Agudo Romão, Maria Inez Batista Araujo e Sandra Maria Mello Dourado.
Maurício Ferreira Agudo Romão
Presidente

Como conheceu o IEE: “Em 2004, minha mulher e eu, procurávamos um centro espírita para frequentar e fazer cursos. Fomos primeiro ao centro espírita Luz Divina, mas não conseguimos ingressar nos cursos, pois já haviam começado. Nessa mesma época, uma de nossas filhas estudava na Cultura Inglesa, em frente ao IEE, e minha esposa enquanto a aguardava resolveu
conhecer o instituto. Passamos então a frequentá-lo. No IEE, mais flexível e acolhedor, pudemos iniciar os cursos e trabalhos voluntários”.
Trabalhos que já realizou na casa: “Fui conselheiro do instituto e presidente da comissão de venda do prédio, mas os cargos mais importantes que ocupei foram:- Atendente no atendimento fraterno, onde tive oportunidade de receber as pessoas que chegam pela
primeira vez no IEE, ouvindo-as com atenção, mostrando a casa e as novas possibilidades que poderiam abrir no futuro que cada um iria construir. A recomendação de palestra seguida de passe era sempre imbatível.
Dialogador nos trabalhos mediúnicos, onde a cada dia aprendemos lindas lições de vidas, ouvimos as dificuldades e os obstáculos que se apresentam no caminho da evolução, e como são simples as soluções que se apresentam para cada caso, sempre baseadas no amor e no apoio dos familiares mais próximos.”

Recado aos frequentadores do instituto: “Gostaria de incentivar a todos os frequentadores a tornarem-se associados do IEE, para que possam participar cada vez mais das decisões do nosso instituto, contribuindo com idéias, exemplos e, principalmente, com trabalho.
Quando o trabalhador está pronto, o trabalho sempre aparece, e trabalho é o que não vai faltar daqui para frente, assim espero.”
Rafael Berlese de Matos Dourado
Vice-Presidente

Como conheceu o IEE: “Caminhando pela Rua Leopoldo Couto de Magalhães, minha mulher e eu tivemos a oportunidade de passar em frente ao IEE e observar os horários dos trabalhos públicos.”

Trabalhos que já realizou na casa: “Hoje em dia, participo do conselho deliberativo e colaboro como instrutor nos cursos de Desenvolvimento Mediúnico e de Introdução ao Estudo
do Espiritismo, às 3ª e 4ª feiras à noite. Sou também integrante da Comissão de Vendas do IEE.”

Recado aos frequentadores do instituto: “O recado que deixo é que participem construtivamente do desenvolvimento do nosso instituto. Opinando, sugerindo e colaborando.
Certos de que a união, o entendimento e a fraternidade, aliados ao trabalho no bem, resultarão na consolidação de mais um pequeno ponto de luz, onde a misericórdia divina se
manifesta através do esclarecimento e do consolo oportunizados pela bendita doutrina espírita.”
Sandra Maria Mello Dourado
Diretora de doutrina

Como conheceu o IEE: “Quando morava no Itaim passava sempre na frente do IEE e olhava os horários. Depois de algum tempo, Rafael, meu marido, entrou e fez a nossa inscrição no curso. Havíamos feito a inscrição no Batuíra, mas optamos por realizar o curso no IEE.”
Trabalhos que já realizou na casa: “Trabalho no IEE, desde 2007, colaborando nas 4ª feiras com a Vera Mallet, na realização e organização das palestras, nos passes e atendimento fraterno.
Também colaboro no curso de Introdução ao Estudo do Espiritismo (3ª feiras à noite), no atendimento psicológico e no curso para gestantes às 4ª. Feiras, além do trabalho da
família assistida do Grupo Espírita Batuíra, na Vila Brasilândia, realizado no primeiro e terceiro
sábados do mês.”
Recado aos frequentadores do instituto: “Sejam bem vindos meus queridos. Estudem visando a reforma íntima e o equilíbrio espiritual, participando das palestras e dos cursos, para que possam se integrar educacional e espiritual do IEE.”

Lúcia Maria Silva de Andrade
Secretária

Como conheceu o IEE: “Em 1976, meu tio Wilson Onofre da Silva, (conselheiro efetivo), convidou-me a fazer trabalhos voluntários na casa (gestão de Paulo Marcucci).
Comecei e não parei mais...”
Trabalhos que já realizou na casa: “Todos os cargos são de responsabilidade, se levar em
consideração que estamos trabalhando com pessoas e suas vivências. Mas já atuei como assistente social, triando e orientando famílias carentes no atendimento fraterno; triando e
administrando “bolsas de estudo” na antiga Escola Externato Hilário Ribeiro; dando cursos para gestantes; auxiliando na evangelização infantil; dando palestras na fluidoterapia
às 4ª feiras ao meio dia e continuo como conselheira efetiva.”
Recado aos frequentadores do instituto: “Quero deixar registrado meu agradecimento aos mentores desta casa que durante todo este tempo me auxiliaram e que, tenho a certeza, esperam de minha parte muitas realizações em favor daqueles que nos procuram, com muito
amor e seriedade.”
Maria Inez Batista Araujo
Diretora de educação
Como conheceu o IEE: “Estou no IEE desde 2002 e comecei frequentando as palestras, mas a
busca por respostas e conhecimento fez com que procurasse os cursos oferecidos. Daí para os trabalhos voluntários foi um caminho sem desvios, aqui reencontrando amigos muito especiais.”
Trabalhos que já realizou na casa: “Fiz os cursos desde a Iniciação ao Espiritismo e ainda continuo estudando, aprendendo e participando de trabalho mediúnico. Faço parte da equipe de Passes do IEE e procuro cooperar em todos os eventos e alguns projetos da área filantrópica, em cujo Curso para Gestantes sou uma das colaboradoras. Nesta gestão que
termina, exerci a função de segunda secretária por um ano e sete meses.
Espero ainda trabalhar muito pela continuação e consolidação do IEE como um grande instrumento da espiritualidade, disseminador da doutrina espírita.”
Recado aos frequentadores do instituto: “Que possam todas as pessoas que frequentam
diariamente o IEE se interessar em conhecer as atividades desenvolvidas sejam cursos, eventos
e trabalhos voluntários, pois é somente através de muitas mãos que conseguiremos atingir um ideal de trabalho. Devemos continuar aqui a fazer a nossa parte, iniciada há 60 anos, pois a Equipe Espiritual, os mentores da Casa, com certeza fazem a parte deles.”
Esterlita Moreira
Diretora de filantropia
Como conheceu o IEE: “Desde 2003, vinha observando a existência de um centro espírita na mesma rua da escola de inglês de uma de minhas filhas. Um dia, já em 2004, meu marido e eu decidimos fazer o curso de iniciação ao espiritismo. E demos seguimento até a conclusão,
em 2006.”
Trabalhos que já realizou na casa: “Iniciei meu trabalho na área filantrópica em 2005, dando apoio à campanha das Sacolinhas de Natal em prol das instituições Lar de Idosos e Creche Vivência Feliz. Em 2007, fui convidada para compor a diretoria filantrópica, com o objetivo de ampliar os trabalhos da área. Hoje, além do apoio às instituições parceiras, oferecemos também cursos gratuitos, tais como: Projeto Gestantes, Informática Básica, Curso de Artesanato, Oficina de Tricô, Crochê e Costura. Tudo isso foi possível graças à colaboração dos profissionais voluntários. Para a próxima gestão, o plano é continuar o trabalho,
conquistando mais colaboradores para atingir o maior número possível de beneficiados com os nossos projetos.”
Recado aos frequentadores do instituto: “Todo trabalho no bem faz muito bem!”
Luiz Carlos Vieira Palma
Diretor financeiro
Como conheceu o IEE: “Começamos a frequentar o IEE (a minha esposa Graça e eu) por volta de 1980/81, quando a reunião era comandada pelo Sr. Jovine, numa casinha que ficava nos fundos do terreno (hoje quadra/estacionamento/zeladoria) e a construção do prédio estava na
fase de levantamento das paredes. O que nos prendeu foram o carinho e o carisma dos Srs. Jovine e Paulo Marcucci e a energia reinante, dando as bases da educação espírita para nós e os nossos filhos.”
Trabalhos que já realizou na casa: “Sou membro suplente do conselho.”
Recado aos frequentadores do instituto: Quando assumimos fazer parte de um trabalho, devemos estar cientes de que fazemos parte de uma equipe e esta, por sua vez, sempre
contará com o nosso compromisso de participação/trabalho.
Nello Garbini
Diretor de patrimônio
Como conheceu o IEE: “No ano de 2004, eu e minha esposa frequentávamos um centro espírita
no Butantã. Era distante e estava ficando difícil frequenta-lo. Um dia, passando em frente ao IEE , ficamos curiosos e voltamos à noite, onde tudo começou: atendimento fraterno, palestra e passe.”
Trabalhos que já realizou na casa: “Atuo como membro suplente do conselho.”
Recado aos frequentadores do instituto: “Persista sempre, e quando você se cansar de vir a
casa, retorne na semana seguinte como se nada tivesse acontecido.”
Claudia Garbini
Vice-secretária
Como conheceu o IEE: “No ano de 2004, eu e meu marido procurávamos um centro espírita perto de nossa casa. Apesar de estarmos frequentando outro centro e feito cursos por dois anos, a distância nos impedia de continuar. Conhecemos o IEE ‘casualmente’ passando à sua
frente à tarde e já retornando à noite para atendimento fraterno, palestra e passe.”
Trabalhos que já realizou na casa: “Trabalho na área filantrópica realizando campanhas, cursos
e organizando eventos. Continuarei trabalhando na coordenação do Curso de Artesanato e da Oficina de Costura.”
Recado aos frequentadores do instituto: “Aqui é um bom lugar para se fazer amigos e trabalhar
para o bem comum.”
Adriano Miyagi Melito
Vice-diretor financeiro
Como conheceu o IEE: “Após regressar a São Paulo em 2005 e começar a trabalhar no bairro
do Itaim procurei um Centro Espírita na região que oferecesse cursos e oportunidade de trabalho.”
Trabalhos que já realizou na casa: “Inicialmente, frequentei as palestras e, assim que houve disponibilidade, ingressei e conclui o Curso de Orientação e Educação Mediúnica - COEM. Atualmente, participo no trabalho mediúnico realizado às segundas-feiras e sou aluno do curso de Evangelho.
Recado aos frequentadores do instituto: “O estudo orientado da doutrina através dos cursos oferecidos pelo IEE são oportunidades que todos deviam conhecer.”


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Ed. 04 - Expediente

Coordenação: Karina Jaccard
Jornalista Responsável: Bárbara Moreira (55.466/SP)
Revisão Geral: Irene Gaviolle
Direção de Arte: José Luiz Mendieta Filho
Colaboradores: Aldo Colasurdo, Esterlita Moreira, Fernande Hack,
José Rodrigues Passarinho, Lucia Maria Silva de Andrade, Maria Inez Batista Araujo.
Uma publicação: IEE - Instituto Espírita de Educação
www.institutoespirita.blogspot.com
Rua Leopoldo Couto Magalhães, 695 - Itaim Bibi - SP
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Edição 03 – setembro e outubro 2009

Editorial
Uma nova fase
Adalberto Garcez Lopes

Entrevista Francisco do Espírito Santo Neto
Esterlita Moreira
60 anos de história, capítulo II
Lúcia Maria Silva Andrade
Doutrinária - A reforma íntima
Karina Jaccard
As Eleições no IEE
André Steagall Gertsenchtein
Duas notícias importantes
Lúcia Maria Silva de Andrade
Cultura
Expediente

Ed. 03 - Editorial

Adalberto Garcez Lopes

Uma nova fase

Esta Casa oferece a oportunidade do estudo da doutrina codificada por Kardec e da conquista de fraternas amizades. Assim acontece com todos nós que aqui chegamos e, é natural que através das palestras, dos cursos e das conversas informais possamos identificar aqueles trabalhos voluntários que mais nos atraem e que muito contribuem para o desenvolvimento pessoal.
A prática da caridade não se restringe somente a área de filantropia, mas a todos os trabalhos realizados no instituto, que se inicia com o associado contribuinte, passando por associado efetivo, que, por meio da Assembléia Geral, participa com seu voto das decisões maiores, conforme estabelecido no estatuto do IEE, além de votar e ser votado para os cargos da diretoria executiva e do conselho deliberativo.
Assim tem sido há 60 anos, desde a fundação do Instituto Espírita de Educação e, como ocorre a cada três anos, neste segundo semestre haverá renovação dos principais quadros eletivos. Esse momento tem vários significados para todos nós, como a reafirmação do espírito da participação democrática e a oportunidade para que novos valores possam exercitar-se através dos distintos cargos diretivos e que, consequentemente, possam zelar pelo futuro da nossa instituição.
Nossos agradecimentos a todos os amigos da diretoria e do conselho deliberativo, cujos mandatos chegam ao término ao final deste ano, e aos trabalhadores voluntários e funcionários do IEE, que nestes três anos deram o melhor de si com dedicação, ideias e exemplo. Este agradecimento é extensivo aos dirigentes e equipes espirituais que em nome de Jesus nos apóiam ininterruptamente.

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Ed. 03 - Entrevista Francisco do Espírito Santo Neto

por Esterlita Moreira
Entrevista 1



“As ‘dores da alma’ são as educadoras ou instrutoras para vencermos bloqueios e obstáculos íntimos”. (Hammed)



O escritor mediúnico e palestrante Francisco do Espírito Santo Neto, conhecido como Quico, nasceu em Catanduva, cidade do interior de São Paulo. Há mais de 25 anos, fundou a Sociedade Espírita Boa Nova. Dentre os trabalhos que dirige, pode-se citar a Creche Boa Nova, o Lar Esperança, a Boa Nova Editora e Distribuidora de livros espíritas. Além disso, trabalha ativamente na divulgação do espiritismo, por meio da psicografia como também da realização de palestras no Brasil e no exterior.
Ele é autor mediúnico de várias obras que tratam do comportamento humano, como Renovando Atitudes, Dores da Alma, Prazeres da Alma, Imensidão dos Sentidos e a mais recente La Fontaine e o comportamento humano; todas ditadas pelo espírito Hammed. E na entrevista abaixo, concedida a Esterlita Moreira, diretora da área filantrópica do IEE, você conhecerá um pouco mais sobre as ideias e trabalhos sociais de Quico.


Esterlita – Você iniciou seus estudos no espiritismo sob orientações de Diomar Ziviani, ex-presidente do Centro Espírita Amor e Caridade, da cidade de Catanduva. Como foi isso?


Quico – Diomar Ziviani sempre foi um grande amigo. Acompanhava o trabalho realizado por ele e tinha muita admiração e respeito. Em 1973, tive contato com O Livro dos Espírito de Allan Kardec e Voltei do Irmão Jacob. Essas obras me foram apresentadas por Diomar, que me orientou na questão espírita. Só posso agradecer por tanta atenção, pois aprendi muito com ele e com a orientação de seus amigos espirituais. Nessa época, eu já tinha algumas manifestações mediúnicas, mas, somente através do estudo e de suas explicações doutrinárias, comecei a entender e administrar minha mediunidade.


Como foi o início de seus trabalhos no campo da psicografia?

As manifestações mediúnicas sempre estiveram presentes em minha vida. Desde muito pequeno já ouvia barulhos estranhos e conversava com pessoas que só eu via. Já administrava minhas faculdades mediúnicas por meio da psicofonia, quando em novembro de 1974 recebi minha primeira página psicografada que tinha como título “O Valor da Oração”. Ela era assinada por Ivan de Albuquerque, espírito até então completamente desconhecido. Acredito que a psicografia requer muito estudo. É muito bom ser um instrumento de comunicação entre esse mundo e o espiritual.


Você psicografa por diversos espíritos. Como é sua relação com eles?

É uma relação de confiança no que eles dizem e de auto-observação, aliada ao senso crítico. Em tantos anos de tarefas mediúnicas, recebi centenas de mensagens. Para isso, realizo um exercício de flexibilidade que objetiva fazer que eu seja um elemento mais afinado com os espíritos e capaz de adquirir boa receptividade, para que as mensagens sejam transmitidas fielmente. Tenho consciência da confiança depositada em meu trabalho como médium. As pessoas que me procuram estão passando por momentos difíceis e precisam ouvir as palavras apropriadas, para que não haja uma interpretação errônea das mensagens. 


E como você vê sua relação de trabalho com o espírito Hammed? O que ele representa para você?

Meu primeiro contato com Hammed aconteceu no final de 1972, através da psicofonia semi-inconsciente. Depois soube que temos vínculos espirituais muito fortes de diversas experiências que vivemos juntos nos muitos séculos.  Nossa relação de trabalho é ótima! Os temas dos livros são escolhidos por nós, em parceria. Normalmente Hammed traz o esqueleto do livro e escolhe os capítulos e os itens a serem comentados. No caso do Renovando Atitudes, por exemplo, peguei o Evangelho e fui lendo. Ele ia me dizendo e através da audição eu anotava os textos escolhidos. Portanto, é ele quem define os capítulos e itens. Eu os coloco em uma folha em branco e ele começa a tecer os comentários através da psico­grafia. Hammed está sempre presente, seja nas reuniões públicas de psico­grafia ou por meio da psicofonia nas reuniões de quinta-feira. Acho fantásticos os títulos escolhidos por Ham­med, porque ele tem um grande poder de síntese e uma forma muito original de escrever. De maneira geral, Hammed tem sido para mim não somente um mestre lúcido e lógico, mas também um amigo dedicado e compreensivo.


Em que época viveu Hammed?

Antes da era cristã, Hammed e eu já havíamos vivido várias vezes junto no Oriente, inclusive na Índia. Na França do século 17, ele participou do movimento jansenista, precisamente no convento de Port Royal des Champs, nas cercanias de Paris, como religioso e médico. Hammed é um nome de origem árabe e adotado como pseudônimo. Ele costuma mostrar-se espiritualmente, ora com roupagem característica de um indiano, ora com trajes da época do rei francês Luís XIII.


A obra mediúnica Renovando Atitudes, pelo espírito de Hammed, nos apresenta um caminho para a nossa reforma íntima. Ligando esse tema com sua outra obra Dores da Alma, podemos concluir que há uma preocupação comum com o comportamento humano. Como vê isso?  

Existe essa preocupação sim. Particularmente, eu acredito que o ser humano está preparado para mudar e melhorar sempre, basta ter fé e determinação. Esses livros apresentam propostas simples para que essa reforma íntima aconteça. Fazer o bem, praticar a caridade e pensar mais no próximo são alguns pontos que fariam qualquer ser humano evoluir espiritualmente. Estamos no terceiro milênio e essa evolução é uma realidade e, aliás, é impossível falar sobre reforma íntima sem refletir sobre o autoconhecimento e o comportamento humano.


A maledicência, o rancor, a inveja e o preconceito ficam impregnados na alma e atrapalham diretamente a nossa vida

As nossas dores da alma podem nos levar a ter transtornos graves. O que você recomendaria para alguém com esse problema?


Recomendo os bons pensamentos, o estudo e a caridade – não só como ajuda ao próximo, mas como um estado de alma. A maledicência, o rancor, a inveja e o preconceito, por exemplo, ficam impregnados na alma e atrapalham diretamente a nossa vida. São sentimentos tão ruins que afetam a saúde espiritual e se manifestam através de doenças físicas. Por isso, a melhor coisa é praticar o bem, ou seja, fazer o bem que nos faz bem, nos dá capacidade de auxiliar os outros.


Conte-nos um pouco sobre os trabalhos desenvolvidos na área filantrópica pelo grupo espírita Boa Nova onde você atua.

Através do Instituto Beneficente Boa Nova desenvolvemos uma série de trabalhos em Catanduva. Temos uma creche, que abriga 135 crianças; o Lar Esperança, que atende 12 senhoras carentes em regime de internato; o posto médico-odontológico, além de ações voltadas para o atendimento sócio-cultural e para grupo de mães e gestantes. Hoje, a entidade que a princípio se acomodava numa pequena sala, ocupa dois quarteirões na periferia de Catanduva. Inúmeros voluntários estão envolvidos nesse trabalho doutrinário e assistencial.


Sabendo que todos nós fomos criados para sermos felizes, como você vê o impacto das dores da alma em relação à busca pela felicidade?

Vejo que todos esses infortúnios são necessários para a evolução espiritual e, consequentemente, para a nossa felicidade. Como vivemos em um mundo de provas e expiações, é natural que enfrentemos dificuldades. Superando as dores de nossa alma, vamos alcançar a paz de espírito e esse é o melhor caminho para a felicidade. Aliás, as dores nos levam a refletir, reconsiderar, ressignificar. Enfim, mudar nosso caminho.

Muitas pessoas vêm à casa espírita para aliviar pontualmente uma dor da alma através do passe. Que mais você recomendaria a essas pessoas que chegam a nós nessas condições?


Assim como você disse, realmente o passe é um alívio. No entanto, as pessoas vão sentir uma sensação de bem estar naquele momento, mas se estiverem enfrentando problemas íntimos, a frequência em uma casa espírita é necessária. Mesmo as pessoas que momentaneamente não enfrentam nenhum tipo de problema, ter uma religião é fundamental. É aquela velha máxima: orai e vigiai.

No livro Dores da Alma, o leitor é convidado a uma grande reflexão. Após a tomada de consciência da situação em que se vive, quais os próximos passos a serem dados?


Acredito que o primeiro passo realmente seja reconhecer nossos pontos fracos. Depois de fazer isso, devemos tentar melhorar. Se tenho algum desafeto, vou tentar perdoá-lo; se gosto de cuidar da vida dos outros, vou tentar cuidar somente da minha; se tenho inveja de alguém, vou tomar essa pessoa como exemplo para melhorar também; se tenho preconceitos, vou tentar ser mais maleável. Esse é o caminho.

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Ed. 03 – 60 anos de história, capítulo II

por Lúcia Maria Silva Andrade

Geni
Um exemplo de dedicação e amor ao próximo


Meus queridos companheiros de doutrina, nesse segundo capítulo da história da formação do IEE, vamos conhecer um pouquinho mais sobre uma colaboradora assídua.

Geny Gonçalves de Oliveira frequenta o IEE há mais de 40 anos. Sempre foi conselheira e em algumas gestões assumiu o papel de secretária de diretoria. Durante todos esses anos, presenciou inúmeros problemas e dificuldades financeiras, mas conta que em nenhum momento existiram palavras de desânimo de qualquer diretoria. A esperança sempre esteve presente, confiando num futuro mais ameno para a casa.
Dona Geny, como é conhecida por todos, continua participando das atividades do instituto, especialmente na área doutrinária, junto ao atendimento fraterno/espiritual, com a colaboração de uma equipe competente, previamente preparada pelos cursos da casa, e desempenhando suas atividades com muito amor.


O começo

Foi ao lado de seu marido, Antonio, que Dona Geny começou a frequentar o Centro Espírita do Itaim (CEI), colaborando no preparo das cestas básicas para as famílias assistidas. Posteriormente, deu aulas de evangelização infantil para os filhos dessas famílias que vinham retirar os alimentos cestas básicas.
Ela – assim como a equipe formada por mim, Zoraide, Fernande, Uiara, Márcia e outras – também colaborava nas aulas que aconteciam aos sábados pela manhã, para os filhos dos sócios e frequentadores do IEE. Minhas filhas, Lívia e Mariane, também participaram.
Fazíamos passeios ao zoológico, ao Parque Ibirapuera e ao orquidário do Estado. Quanta saudade dessa época! Levávamos lanches, sucos e era uma alegria só. Lembra-se disso, Dona Geny? Recordo-me também de que nossos carros iam sempre lotados com filhos, amiguinhos e primos, que assistiam as aulas de evangelização.


A construção do IEE

Dona Geny se lembra que um senhor, João Francisco, havia doado o terreno onde aconteciam as reuniões doutrinárias e da filantropia do CEI. A intenção dele era que ali se construísse um educandário.
Naquela época, o IEE enfrentava sérias dificuldades para a manutenção do prédio, onde funcionava em condições precárias a Escola Hilário Ribeiro. Surgiu, então, num movimento espírita, a ideia de uma fusão entre as duas casas (CEI e IEE), para a construção de um prédio que acomodasse as atividades de ambas instituições.
Essa fusão aconteceu em 1973, momento histórico e de grande euforia para as duas partes. Dona Geny ainda lembra da colocação da pedra fundamental da obra e também das inumeráveis reuniões de cunho financeiro, que visavam iniciar a construção do prédio.
Uma das primeiras ações foi sair em busca de doadores para o empreendimento. Ignácio Giovine e outros companheiros realizaram grande esforço nesse sentido.


A evangelização infantil

Foi um sonho sempre acalentado pelos fundadores do IEE ter uma escola à luz da doutrina dos espíritos, tanto que aulas de evangelização infantil foram logo incluídas na grade escolar, com anuência da maioria dos pais.
Um esquema de aulas foi elaborado pela diretora da escola e outros companheiros, experientes em evangelização infanto-juvenil. Foi muito gratificante e conseguiu-se um bom aproveitamento entre os alunos.
No entanto, a situação do IEE foi se agravando com a saída de alunos. A diretoria da casa, então, sem alternativa, optou por encerrar suas atividades. Solicitou-se à Secretaria de Educação um prazo de dois anos para tentar reabri-la, mas, infelizmente, isso também não foi possível.
Nesses 60 anos, muitos eventos aconteceram no IEE e fora dele, como almoços e bazares, que tinham como finalidade arrecadar fundos para a construção do prédio. Dona Geny participou e ainda participa ativamente deles.


“Não nos dispersemos”

Acredito que atualmente há muito empenho por parte dos colaboradores do atendimento fraterno e frequentadores dos cursos da casa, que têm plena consciência de suas responsabilidades.
Entretanto, é nosso intuito melhorar e estarmos sempre em contato, trocando ideias. O IEE dispõe de uma apostila sobre atendimento fraterno, curso ministrado na casa, sobre como trabalhar nesse setor.
Dona Geny também é responsável pelo atendimento fraterno/espiritual e demonstrando seu otimismo em relação ao futuro do IEE afirma: “O plano espiritual do qual fazem parte os companheiros desencarnados, sempre recomenda muita união entre todos, com a certeza de que os espíritos estão auxiliando-nos e protegendo-nos. Estejamos, pois, atentos e não nos dispersemos”

Como podem perceber meus amigos, temos aí um exemplo de dedicação e de amor ao próximo. Agradeço a Deus a oportunidade de conviver com pessoas de tão elevada estima.
Na próxima edição, continuaremos com depoimentos de pessoas que formam o time de ativistas desse grande trabalho de responsabilidade social e espiritual. Não deixem de ler.


Ed. 03 – Doutrinária - A reforma íntima

Karina Jaccard

Quem somos nós?

Acordar, ir trabalhar, comer, dormir, pagar contas, etc. Nossas vidas muitas vezes parecem um ciclo que se repete dia após dia, ano após ano, até que eventualmente desencarnamos por causa de uma doença qualquer.

Será que a vida é só isso?

Muitas vezes passamos uma vida inteira neste ciclo e não paramos para fazer uma análise mais profunda sobre o que realmente levamos conosco ao desencarnarmos.
Temos o desejo de viajar e conhecer o mundo, mas muitas vezes temos medo de fazer a viagem mais importante: para dentro de nós mesmos.
Somos um mundo repleto de experiências vividas tanto nesta como em outras vidas. E essas experiências geram memórias no nosso inconsciente que muitas vezes são apagadas no momento da reencarnação, mas que afetam as nossas atitudes do dia-a-dia.
A busca do autoconhecimento é de fundamental importância para o indivíduo. Quando Kardec perguntou aos espíritos na questão 919 do Livro dos Espíritos “qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?”, os espíritos responderam: conhece-te a ti mesmo.
Reencarnamos e sofremos a influência do meio onde nos encontramos, e passamos a agir muitas vezes de acordo com todos os outros, para sermos aceitos. Fazemos muitas coisas para agradar os nossos pais, professores e chefes, e não nos perguntamos quem somos realmente.
Estamos nesta situação, mas somos espíritos e portanto temos a nossa individualidade, que precisa ser respeitada. Este respeito faz com que trabalhemos os nossos complexos e nos aceitemos como somos e não como os outros querem que sejamos.
Por meio da conquista do auto-amor conseguimos a saúde integral, que nos permite sermos seres saudáveis. Existem doenças e existem doentes. As doenças são parte da vida. Quando um pneu fura, nós o trocamos e continuamos rodando.
Porém, existem pessoas que procuram constantemente situações onde não se sentem bem, onde sempre há algo de errado, estas, sim, são consideradas doentes.
Precisamos trabalhar a nossa intimidade para que possamos ser seres saudáveis, para que possamos entrar em contato com o nosso self e buscarmos a nossa saúde espiritual que nos proporcionará, como consequência inevitável, a nossa saúde física. O conjunto das duas é o que se denomina saúde integral.


Ed. 03 - As Eleições no IEE

No ano em que completa 60 anos de idade, o Instituto Espírita de Educação realiza eleições gerais para escolha dos membros do Conselho Deliberativo (18 titulares e 18 suplentes) e da Diretoria Executiva (Presidente, Vice-Presidente, Diretor e Vice-Diretor Financeiros, Diretor e Vice-Diretor Secretários, Diretores de Doutrina, Filantropia e Educação e Diretor de Patrimônio). Podem se inscrever todos os associados efetivos do IEE. Os mandatos, atualmente de três anos, deverão ser reduzidos para dois caso seja aprovado o novo estatuto, em processo final de revisão.
A tradição democrática do IEE de realizar eleições livres não é comum nas casas espíritas, que muitas vezes mantêm a mesma diretoria por décadas, sob o argumento que eleições – principalmente aquelas em que há disputa – trazem conturbação. É verdade. Mas também trazem benefícios: permitem avaliação de diferentes formas de conduzir a casa e estimulam a criação de novas lideranças. Do debate, saem ideias melhores.
Nosso Conselho Deliberativo, frequentemente consultado pela Diretoria Executiva, participa ativamente das grandes decisões do IEE e às vezes discute acaloradamente. Mas os resultados deste debate, sempre feito de forma respeitosa, são decisões de melhor qualidade, se comparadas àquelas tomadas de forma isolada, mesmo que pelas melhores e mais bem intencionadas cabeças.
Acreditamos que os benefícios superam em muito os inconvenientes.
Para que o sistema funcione, no entanto, precisamos que você, associado efetivo, participe dele, votando ou até mesmo sendo candidato nas próximas eleições. Se quiser saber mais sobre o Conselho Deliberativo ou a Diretoria Executiva, suas funções e obrigações, escreva para asg@mandic.com.br que terei prazer em explicar.

André Steagall Gertsenchtein
Presidente do IEE


Ed. 03 - Duas notícias importantes

Lúcia Maria Silva de Andrade



1ª. - Comunicamos com satisfação a realização de eleições gerais no IEE para renovação da Diretoria Executiva e do Conselho Deliberativo. Todos os associados efetivos e em dia com as suas contribuições podem votar e também se candidatar.

O estatuto do IEE em fase de revisão por comissão constituída em Assembléia Geral e será submetido à consulta pública. Definido o texto, a Comissão Eleitoral dará início ao processo eleitoral.


A inscrição para as eleições deverá ocorrer de 22 de setembro a 5 de outubro, na Secretaria do IEE, e as eleições, em 24 de outubro, às 9:30 hs em nossa sede. Para mais informações, procurem-nos: teremos prazer em atendê-los. Contamos com você!

COMISSÃO ELEITORAL DO IEE:

Adalberto Garcez – garcez@cani.com.br
Luiz Carlos Molini - molini@saoluiz.com.br
Salvador Ceglia Neto - sceglia@ceglianeto.com.br
2ª. - Em cumprimento à delegação conferida à Comissão formada para a venda do prédio do IEE, na Assembléia Geral ocorrida em 31 de janeiro de 2009, foi fechado acordo com a Construtora Lindemberg.
Todos os associados foram informados oficialmente sobre a decisão, com contrato firmado em 28 de agosto de 2009.

Alguns dados sobre a venda: a nova sede deverá ser construída em três terrenos, localizados na Rua Atílio Inocentti, nºs 653, 667 e 669.

A entrega da sede atual ocorrerá somente após a concessão do Auto de Conclusão (Habite-se) do novo prédio. As obras devem levar em torno de um ano. O projeto arquitetônico foi desenvolvido pelo escritório EPP e é o mesmo já apresentado em Assembléia, com algumas adaptações ao novo local.
Em breve, realizaremos uma apresentação sobre o histórico do processo de escolha da construtora e o projeto, que será exposto no saguão de entrada para conhecimento de todos. Uma comissão será formada para acompanhamento técnico da obra.

É importante destacar que além de mantermos a posse da atual sede, o imóvel ficará gravado em hipoteca, em favor de nossa Instituição, até o cumprimento final de todas as obrigações.

Publicaremos em um blog especial o dia a dia da obra, com fotos, para acompanhamento.

www.novasede.blogspot.com



Ed. 03 - Cultura

Palestra no IEE

Lucca

José Carlos De Lucca é juiz de direito em São Paulo, professor universitário, escritor e palestrante espirita há dez anos.

Desde pequeno sentiu profundo impulso para o estudo de temas ligados à espiritualidade, desenvolvendo seus potenciais no campo da mediunidade de consolo e esclarecimento.

Já realizou graciosamente mais de mil palestras focadas em motivação e desenvolvimento do potencial espiritual do ser humano, falando a um público estimado em mais de 300.000 pessoas.

Escritor, tem oito livros publicados , tendo vendido mais de 250.000 exemplares. Todos os direitos autorais de seus livros foram cedidos a entidades filantrópicas como o Núcleo Assistencial Fraterno, a Creche Perseverança, a Casa do Cristo Redentor, a Fundação Espirita André Luiz, e o Grupo Espírita Esperança .

A renda de seus livros ajuda a manter mais de 1.500 crianças carentes.

Fundou, juntamente com outros amigos , o Grupo Espirita Esperança, e juntos trabalham na divulgação e prática do espiritismo, promovendo o potencial de luz de cada um de nós como a mais excelente terapia para os sofrimentos humanos.

Congresso


cartaz



Ed. 03 - Expediente

Coordenação: Karina Jaccard
Jornalista Responsável: Bárbara Moreira (55.466/SP)

Revisão Geral:
Irene Gaviolle
Direção de Arte: José Luiz Mendieta Filho
Colaboradores: Adalberto Garcez Lopes, Aldo Colassurdo, André Steagall Gertsenchtein, Aldo Colassurdo, Cristina – Editora EBM, Esterlita Moreira, Fernando Hack, Karina Jaccard, Lucia Silva de Andrade.

Uma publicação:




IEE - Instituto Espírita de Educação
Rua Leopoldo Couto Magalhães, 695 - Itaim Bibi - SP
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BLOG: www.institutoespirita.blogspot.com

Presidente: André Steagall Gertsenchtein
Vice-Presidente: José Rodrigues Passarinho
Diretoria Filantrópica/Educação: Esterlita Moreira
Diretoria Doutrinária: Irene Gaviolle
Diretor de Patrimônio: Nello Garbini


Ed. 03 – Conhecimento - O Evangelho e os contos mediúnicos

Aldo Colassurdo
Muitos relatos escritos sobre a vida e ensinamentos de nosso mestre Jesus, endereçados a humanidade, não chegarão até nós. Assim é que, embora tenham sido escritos cerca de 70 diferentes evangelhos, relatados por vários autores, estas obras foram submetidas à rigorosa censura. Somente quatro foram considerados válidos e dignos de serem orientadores da religião cristã. Os demais foram considerados falsos e passaram a ser denominados de evangelhos apócrifos.
Porém, existem alguns autores que continuam estudando e realizando pesquisas sobre os mesmos. Segundo eles, entre relatos fantasiosos e até mesmo absurdos, surgem instruções e ensinamentos úteis para o progresso da sociedade. Graças à ação mediúnica, várias histórias e inspiradoras mensagens têm chegado até nós: são os denominados contos mediúnicos. Narraremos a seguir, de forma resumida, uma dessas histórias.
Uma história atribuída a Jesus
Junto a uma multidão de pessoas, sedentas de ensinamentos que lhes aumentassem a fé, caminhava Jesus pelas estradas da Galiléia. Em dado momento, surgiu no caminho uma grande pedra. Os caminhantes que se encontravam na frente, se desviaram do obstáculo, uns contornando pela direita, outros pela esquerda.
Jesus andando, parou em frente à pedra, segurou-a com as mãos e a empurrou para o lado, fora da estrada, deixando livre o caminho. Alguns membros que o acompanhavam, admirados sem compreender o ato, perguntaram a Ele: “Mestre, porque interrompeste nossa caminhada para remover a pedra? Nossa missão não é a pregação da fé, da cura, da bondade,da verdade?”.
Jesus, percebendo o fato para transmitir mais alguns ensinamentos, olhou para a multidão e lhes disse: “pregando o amor, a bondade, a fé, a verdade, encontraremos pedras no caminho e teremos que removê-las. Não pensemos somente em nós, pensemos também naqueles que nos seguirão pela mesma estrada. E talvez venha um cego e nela tropece. E se vier um paralítico?”.
Todo cristão, em sua existência, ao caminhar pelas estradas da vida, encontra trechos aplainados, se aproveita, pois alguém disto cuidou. Por isso, quando encontra pedras, deve removê-las, pois é a oportunidade de praticar o bem compreendendo o fato. Ter se beneficiado graças ao trabalho de alguém permite que se faça o mesmo quando surgir a oportunidade, para que, assim, alguém se beneficie de suas ações.


Edição 02 - julho e agosto de 2009

Editorial 
Se Deus quiser...
José Rodrigues Passarinho


Principal - 60 anos de história

Ensinamentos
Aldo Colassurdo

Aconteceu
Noite da Pizza e o Lar de Idosos Vivência Feliz.
Seminário Diálogo com os Espíritos.

Matéria Doutrinária 
Reencarnação: um dogma do espiritismo ou realidade?
Norberto Gaviolle

Filantropia e Programação doutrinária

Cultura

Expediente

Ed. 02 - Editorial


José Rodrigues Passarinho
Vice-presidente do IEE

Se Deus quiser...


Recentemente, em uma empresa, presenciei o seguinte comentário de um vendedor recém-contratado, que ainda tinha poucas atividades por ser novato: “daqui a pouco estarei cheio de vendas para fazer, se Deus quiser”. Então ele corrigiu: “bem, Deus quer, eu é que preciso fazer a minha parte”. Achei o evento ótimo para iniciar o editorial desta edição, que trata especialmente dos nossos 60 anos de idade.
Com certeza, nossos fundadores iniciaram suas atividades pensando “se Deus quiser, tudo vai dar certo”. E então, parafraseando meu amigo vendedor, Deus quis e ainda quer, mas nós tivemos e ainda temos que fazer a nossa parte.
O IEE, nestas suas seis décadas, passou por momentos gloriosos, mas também enfrentou grandes desafios. Como toda instituição do mundo material. Não é porque estamos em uma casa espírita que teríamos privilégios. Temos que fazer a nossa parte. E é assim mesmo, no plural, no coletivo, “nossa parte”. Trabalhamos sempre em equipe. Uma equipe formada por “gente do lado de cá” e “gente do lado de lá”. E essa “gente do lado de lá” ajuda muito. Inspira, comunica, motiva...
Mas sem a parte da “gente do lado de cá”, não teríamos o Instituto Espírita de Educação. Bem, mas não é assim em toda nossa vida também? Um trabalho de várias equipes, formadas pela nossa família, pelos amigos, por nossos líderes e nossos liderados... E também, tanto do lado de cá quanto do lado de lá?
Pois é, e, além de tudo isso, é preciso fazer mais do que apenas falar. É preciso por a mão na massa.
Aprendi isso com Sr. Ignácio Giovine, um dos fundadores e grande trabalhador do IEE, citado na ótima matéria sobre a história desta casa, com a qual Lúcia Andrade nos brinda nesta edição.
Um dia, recém chegado ao IEE, ele estava cheio de ótimas ideias e algumas críticas. Ele ouviu todo o meu relado de forma muito atenciosa e no fim, respondeu: “concordo com tudo o que você disse. Quero que você coloque tudo isso em prática, mas do começo ao fim. Faça acontecer tudo isso que você me falou aqui”. Claro, era fácil fazer a lista... Mas e para fazer tudo aquilo? Nunca mais esqueci essa lição.
Fácil falar, difícil fazer e, se quiser alguma mudança, seja o promotor dela e não apenas seu “requerente”. Acho que vale para nossa vida pessoal também, não?
Graças a Deus e ao trabalho inspirado de tanta gente que passou pelo IEE, tanto de um lado quanto de outro, muito se fez e muito ainda vai se fazer por aqui.
A todos que já se foram, o muito obrigado de todos nós. Aos que estão chegando, muito bem-vindos e desde já agradecemos também, pois sempre haverá muito o que se fazer.
Afinal, estes são apenas os primeiros 60 anos do IEE.


Ed. 02 – Principal - 60 anos de história.


Primeira sede da escola que recebeu
o nome de Externato Hilário Ribeiro,
inaugurada em 11 de Abril de 1955

Sede do Instituto Espírita de Educação
na Rua Leopoldo Couto Magalhães,
no Itaim Bibi, em 1986.

Queridos companheiros de doutrina,

Ao definirmos a pauta para a edição número 2 desse jornal, pensamos inicialmente em fazer uma matéria onde colaboradores antigos pudessem nos trazer um pouco do histórico dos 60 anos de atividades da nossa casa.
Qual não foi a surpresa ao constatarmos que o espaço no jornal destinado a matéria seria insuficiente para conter tantos tesouros ocultos, tais como documentações importantes (carta de Chico Xavier estimulando o IEE; pérolas literárias como a carta de Nilza Antunes Lemos – “Os caminhos de um ideal”) e declarações dos nossos queridos amigos que tão ativamente lutam pela continuidade dos trabalhos na casa... Pensando nisso, decidimos fazer uma série de reportagens especiais onde mostraremos fotos e fatos relevantes desse período.
Ao pesquisar sobre o projeto IEE, percebi como é impressionante o quanto desconhecemos a história de locais que muitas vezes frequentamos até assiduamente. E questiono: será por falta de envolvimento ou de interesse de nossa parte? Surpreendi-me ao perceber que apesar de estar constantemente e há tanto tempo na casa (uns 32 anos) – nem calculem minha idade, por favor –, não sei nada a respeito dos companheiros de jornada.
E assim como eu, muitos assistidos e até mesmo os colaboradores da casa, não se conhecem e não sabem das muitas histórias que cercam o lugar.
Por isso, vamos conhecer alguns fatos e depoimentos muito interessantes dos colaboradores mais antigos.
A todos os que se dedicaram, ou que se dedicam com amor a esta casa,nossos sinceros agradecimentos.
Lucia Maria Silva de Andrade

Capítulo I – Como tudo começou


O conselheiro efetivo Aldo Colasurdo sempre participou da história do IEE, desde sua fundação. A nosso pedido, ele fez um breve relato sobre o histórico da nossa casa.
“A história do IEE teve início em janeiro de 1940, durante o congresso realizado na então Liga Espírita de São Paulo. Entre as conclusões que foram objeto de debates, houve acordo geral em um ponto: a criação de uma sociedade civil denominada Instituto Espírita de Educação. Esta deveria organizar e instalar escolas espíritas em nosso estado. Após varias reuniões e esforços de companheiros como Fausto Lex, Carlos Jordão da Silva, Luiz Monteiro de Barros, Emilio Manso Vieira, entre outros; sob a presidência de Pedro de Camargo (Vinícius), finalmente em 11 de abril de 1955, foi concretizado o velho sonho: a inauguração da primeira sede da escola que recebeu o nome de Externato Hilário Ribeiro.
Esta se situava em um espaçoso sobrado na rua Guarará, l58, no Jardim Paulista.
O recado de Chico Ao saber da criação de uma escola nos moldes espíritas, o saudoso Francisco Cândido Xavier, enviou uma carta ao então diretor da escola, Prof. Emílio Manso Vieira.
“Meu caro Professor Emílio, não poderá, por exemplo, o externato oficializar uma aula de Doutrina Espírita, fácil, leve e acessível às crianças, com base no Evangelho, em cada sábado da semana? Esta forma seria ideal desde que
oficializada pela Diretoria do Instituto não acha? Abraços do Chico”, questionou o ilustre médium em
um trecho da correspondência, enviada em 1956 de sua cidade natal, Pedro Leopoldo, MG.

Clique aqui e veja na íntegra a carta de Chico Xavier

Como sabemos, uma série de fatores acabaram por inviabilizar as escolas particulares, dando triste fim a tradicionais e destacadas instituições de ensino. O Externato Hilário Ribeiro, suspendendo suas atividades escolares, passou a dedicar-se exclusivamente a colaborar em favor da doutrina, herdada do Centro Espírita do Itaim. Apesar de o projeto inicial ter sido modificado por causa de graves problemas financeiros, isso não nos impede de retomar esses planos no futuro, com mais maturidade e compromisso espiritual.
Atualmente, o instituto conta com outros tipos de atividades, sempre voltados à comunidade. Em nossos dias, nas salas de aulas do Instituto Espírita de Educação, companheiros dedicados procuram
transmitir seus conhecimentos a todos aqueles que buscam as luzes do Espírito da Verdade para iluminar suas estradas da vida.
Nas próximas edições conheceremos mais alguns personagens e eventos importantes da nossa história, portanto não deixem de conferir o próximo número. Grande abraço e fiquem com Deus Para saber mais sobre o assunto, acesse o site do IEE www.institutoespirita.org.br Lá você pode conferir atas das reuniões com nomes de companheiros de grande expressividade no meio espírita e a íntegra da carta de Chico Xavier.

Veja imagem da ata de fundação do IEE, fornecida por Aldo Colassurdo

Nessa empreitada, devemos agradecimentos ao saudoso Ignácio Giovine, que era presidente do Centro Espírita do Itaim, situado em terreno da propriedade desta entidade e que foi cedido à escola. Este imóvel foi vendido e os recursos obtidos empregados na construção da nova escola, cuja pedra fundamental foi lançada pelo líder espírita e deputado federal Freitas Nobre.
Após enormes esforços, finalmente no dia l5 de março de l983, o novo edifício da escola era inaugurado”


Ed. 02 - Ensinamentos

por Aldo Colassurdo

A fé e o Espiritismo


O livro, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, nos orienta afirmando que, a fé não deve ser imposta, mas, sim, adquirida, e não há ninguém que não possa consegui-la.
No entanto, para algumas pessoas, ela parece inata. Na realidade, elas apenas demonstram progresso espiritual obtido em encarnação anterior.
A fé deve ser raciocinada e basear- se em fatos e na lógica, enquanto a fé cega não é capaz de atender os reclamos da humanidade, que em constante progresso, exige explicações atualizadas.
Neste aspecto, os livros da codificação de Allan Kardec são de grande utilidade. Por meio de suas leituras muitos dos que vivem a reclamar inconformados quando passam por momentos desagradáveis da vida poderão
obter explicações lógicas e esclarecedoras a respeito de sua existência, ou seja, pagar ofensa anterior pela lei do amor ou estar sendo testado para nova missão.


Ed. 02 - Aconteceu

Esterlita Moreira
Noite da Pizza e
o Lar de Idosos Vivência Feliz

“Envelhecer é um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal,
não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie,
de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente”.
(Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS)


Clique aqui e veja as fotos da Noite da Pizza
Em abril desse ano, realizamos a Festa da Pizza no IEE em prol do Lar de Idosos Vivência Feliz.
A festa foi um sucesso: 134 pessoas participaram doando o seu trabalho e a sua alegria.
O resultado foi acima do esperado, tanto em animação quanto na arrecadação (R$ 3.200,00).
Com os recursos angariados realizamos a compra de 1 freezer (500 litros), 3 garrafas térmicas e 1 refresqueira para sucos.
Estiveram presentes trabalhadores da casa, frequentadores das palestras, alunos dos cursos, todos acompanhados de suas famílias. Várias empresas também colaboraram com a doação de brindes.
Para quem ainda não conhece o Lar de Idosos Vivência Feliz, vamos a um breve histórico.
Trata-se de uma instituição, sem fins lucrativos, que presta assistência, proteção e amparo a 31 idosos carentes de ambos os sexos, preferencialmente pessoas que estão em situação de rua.
Fundado em janeiro de 1995, foi fruto de um projeto da Liga Paulista Contra a Tuberculose, proprietária do prédio. Segundo Fátima Malinoski, assistente da diretoria, “hoje o lar se mantém graças a contribuições da população, empresas e outras entidades beneficentes, além de promoção de eventos, tais como almoços, bazares e bingos”.
Para se ter uma ideia da importância do trabalho realizado pela instituição, a Prefeitura de São Paulo, em atendimento a política nacional do idoso, oferece apenas uma casa para abrigar idosos em situação de rua e ainda com caráter provisório (18 meses).
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o envelhecimento da população é um dos maiores triunfos da humanidade e também um dos nossos grandes desafios, trazendo um aumento das demandas sociais e econômicas em todo o mundo.
No Lar Vivência Feliz, os idosos recebem acolhimento pelo prazo que necessitarem. A casa possui uma estrutura física adequada para receber os idosos de ambos os sexos: dormitórios femininos e masculinos, banheiros preparados, sala de convivência com TV, sala de almoço, cozinha industrial, e uma área externa para eventos. Lá são oferecidos cuidados de enfermagem e refeições balanceadas por nutricionista. Contam com um quadro de 17 funcionários para as áreas de administração, enfermagem, cozinha, lavandeira, limpeza e motorista.
Como ser voluntário do Lar?
“Todo voluntário é muito bem-vindo ao lar. Existem diversas áreas em que o voluntário pode participar. É necessário que o voluntário conheça o lar pessoalmente, e se identifique com o nosso trabalho.
Também temos parceria com o Centro de Voluntário de São Paulo que dá o curso gratuitamente aos candidatos ao trabalho”, explica Fátima Malinoski.
Em que trabalhos o voluntário pode se engajar?
Corte de cabelo, manicure, contador de estórias, auxiliar o idoso a alimentar-se, realizar passeios a museus e parques.
O lar recebe permanentemente doações de roupas, móveis, remédios e produtos de higiene “Envelhecer é um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente”. (Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS)
Lar de Idosos Vivência Feliz:
Av. Jabaquara, 2180
T.: (11) 2275-0484
Site: www.vivenciafeliz.com.br;
e-mail: vivenciafeliz@terra.com.br
Nosso agradecimento aos patrocinadores do evento:

Accor, Benity Óptica, Bobstore, Blue Gardenia, Docemotivo, Doceria Fina Fatia, Gabinete de curiosidades, Jacques Janine, Papelaria Papel Dobrado, Traffic Sports.




Irene Gaviolle
A Área Doutrinária e a Filantropia realizaram no dia 23 de maio, nas dependências do Instituto Espírita de Educação, o Seminário “Diálogo com os Espíritos”, apresentado por Therezinha de Oliveira.
A abertura do evento foi feita pelo coral Allegro do grupo Espírita Batuíra com 25 participantes executando várias músicas contemporâneas.
O evento contou com a presença de aproximadamente 100 pessoas, entre alunos do IEE, palestrantes, dirigentes de trabalhos espirituais, como também freqüentadores de outras casas espíritas.
O seminário teve por objetivo apresentar:
• a dinâmica nas sessões espíritas de desobsessão;
• como deve ser feito o diálogo com os Espíritos;
• as atribuições de um bom dialogador (doutrinador);
• a vivência prática aliada ao conhecimento teórico da expositora que há muitos anos trabalha com desobsessão.
A docilidade, a competência e o amor fraterno de Therezinha de Oliveira coloriram este evento, no qual houve perfeita integração entre todos os participantes.
Foi feita uma pesquisa de avaliação do evento entre os presentes, cujo resultado foi muito positivo.
Das 81 pessoas que responderam ao questionário, 93% classificaram o seminário como ótimo ou bom;
58% já haviam participado de outros seminários; 46% dos presentes declararam ser espíritas há mais de 15 anos, 13% há 10 anos; 15% há 5 anos e 26% há 1 ano; e foi unânime a solicitação para que outros seminários possam ser realizados no IEE.
Outro ponto marcante do evento foi a possibilidade de se formular perguntas à expositora, cujas respostas satisfizeram as dúvidas específicas sobre mediunidade e dificuldades existentes no diálogo com os espíritos que se manifestam nos trabalhos de desobsessão.

Parabéns às equipes que contribuíram para o sucesso deste evento.

Clique e veja as fotos deste seminário


Ed. 02 – Matéria doutrinária - Reencarnação

por Norberto Gaviolle


Reencarnação: um dogma do espiritismo

ou uma realidade?

A reencarnação é tida como um dogmano espiritismo,
mas o bom senso e uma análise lógica é que
responderá a esta questão, uma vez que não há
comprovações aceitas pela ciência a respeitoda reencarnação.
Dentre a população temos dois grandes segmentos, os materialistas, aqueles crentes que a vida é resultado da coesão de forças da matéria e que a morte é o fim de tudo, e, os espiritualistas, aqueles que acreditam que há algo, além da matéria, a reger o nosso corpo físico, e que este algo é chamado de alma ou espírito.
Dentre os espiritualistas há os reencarnacionistas, aqueles que crêem que há várias vivências físicas, de uma mesma alma ou espírito, em diferentes corpos; e os espiritualistas não reencarnacionistas, que acreditam que a alma ou espírito só tem uma vivência e, que um dia, ela ressuscitará para o julgamento final, isto é, voltará a ter o mesmo corpo de quando morreu.
Imagine como se apresentará a maioria dos ressuscitados, lembrando que a morte é a falência orgânica? Neste caso, teríamos a grande quantidade de ressuscitados como doentes, acidentados, mutilados e velhos com falência orgânica múltipla.
Isto não seria um contra-senso divino?
Outro aspecto a considerar numa única existência corporal seria uma vida de 80 anos. O que representa este período, dentro do tempo de existência da Terra – estimada em 8 bilhões anos, desde a criação até a sua extinção?
Como se compararia, para efeito de julgamento final, as atividades intelectuais e morais de um indivíduo que viveu na pré-história, com outro vivendo neste século?
O indivíduo que durante a vida, cometeu um erro existencial prejudicando o próximo, aquilo que chamamos de pecado, nunca mais teria chance de se redimir e provar que face a mesma situação, tomaria outra decisão não prejudicial.
Se considerarmos a possibilidade da reencarnação muitas questões ficam claras, inclusive aquelas consideradas hereditárias.
Qual a finalidade da reencarnação?
Os próprios espíritos responderam esta pergunta, feita por Allan Kardec, na questão 167 de O Livro dos Espíritos: “qual o fim objetivado com a reencarnação? Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade.
Sem isto, onde a justiça?” Nosso entendimento: “expiação” seria o remir de uma culpa, o suplantar da sua própria ignorância. “Melhoramento progressivo” é evolução natural de todos os indivíduos, uns mais rápidos, outros mais lentamente, dependendo da própria força de vontade. “Onde a justiça” é a condição dada por Deus, para que cada um seja responsável pelos seus atos, e a ele, espírito, recaia a missão de reparar os delitos cometidos.
Algumas vezes essa é uma condição compulsória, quando o espírito não tem discernimento para a escolha do tipo de vida que terá, da mesma forma que os pais escolhem a escola primária que o filho estudará; e, outras vezes, é uma escolha própria, quando ele se acha autosuficiente para executar dada tarefa reparatória e evolutiva, da mesma forma que ele escolhe o curso de pós-graduação que fará depois de adulto.
No processo reencarnatório, o espírito tem a possibilidade de renascer num novo corpo adequado para que ele desenvolva o autocontrole para habitar no novo corpo,
independente das condições físicas deste, que pode apresentar anomalias ao nascer, ou que estas anomalias ocorram ao longo da sua vida, o que é mais comum.
Convém lembrar que as doenças têm duas origens: uma externa, quando nos acidentamos e outra interna, quando nos desequilibramos psiquicamente, afetando nosso sistema imunológico e a partir daí surgem as doenças físicas.
Imagine a prova vivida por um espírito nascendo num corpo debilitado e nele permanecer 80 anos, sem se revoltar e sendo tolerante consigo mesmo,
sabendo, espiritualmente falando, que na vida anterior ele abusou da sua liberdade e prejudicou muita gente.
Os 80 anos de debilidade o levam a uma reflexão sobre os atos cometidos, pois se tivesse a mesma liberdade da encarnação anterior, provavelmente repetiria os mesmos atos prejudiciais. Isto é que entendemos como carma, ou lei de causa e efeito.
Na vida social temos as maiores provas da nossa evolução espiritual e, como não há nada pronto, cada um tem que evoluir por si só, se relacionando com o meio ambiente e com outros espíritos encarnados, que também fazem parte do meio ambiente, onde as disputas terrenas servem para o nosso aprendizado, nos
transformando em seres melhores a cada dia. Todo conhecimento conquistado fica armazenado na memória do espírito e um dia será usado, para resolver problemas semelhantes, nesta ou em outras existências.
Se nos 80 anos de vida não conseguimos evoluir o suficiente, e temos provas reais disto, é só fazer a nossa autoanálise.
Só nos resta crer que, a reencarnação é uma realidade lógica criada por Deus e não dogmática, onde temos a chance de, em vidas sucessivas, ir treinando a nossa vida de relação e, assim, evoluir. Saindo da simplicidade e ignorância até chegarmos à perfeição.