ed. 23 - matéria especial 2

Ivana Miranda e Lélia Carclamone Gouvêa

A gravidez: uma
incrível conquista
e vitória da vida
A mulher nasce com aproximadamente 1 milhão de óvulos.  Na adolescência, por ocasião da primeira menstruação (menarca) eles já se restringem a 300 ou 400 mil nos ovários. E na vida reprodutiva da mulher, em cada ciclo menstrual, mil são perdidos por morte celular programada ou apoptose. De sorte que, durante toda a vida reprodutiva até chegar a menopausa, a mulher ovulará somente 400 a 500 óvulos. Durante o ato sexual, no momento da ejaculação masculina o fluido seminal conduz de 200 a 600 milhões de espermatozoides.
Nesta incrível luta da natureza pela vida, quando é bem sucedido, o espermatozoide alcança o óvulo no terço externo da trompa, e da fusão de suas cargas genéticas forma-se o zigoto ou célula ovo. Na fusão dos  gametas sexuais masculino e feminino, inicia-se uma nova vida, uma nova individualidade. Embriologistas afirmam que o zigoto e o embrião inicial são organismos humanos vivos, nos quais já estão fixadas todas as bases do indivíduo. A célula ovo, que logo inicia a rápida multiplicação celular, deve migrar até o útero e nidar, onde ocorrerá o seu desenvolvimento até o nascimento.
Mas nem tudo é sucesso e 60% dos embriões não vão nidar no útero, por condições naturais e inerentes da espécie.  Alguns obstáculos naturais à fecundação necessitam ser superados e o organismo materno deve estar funcionado perfeitamente para que um embrião consiga se desenvolver e a gravidez evoluir até o nascimento.
A mulher necessita de um bom funcionamento do seu eixo hormonal. O óvulo maduro, a cada mês, deve se desprender do ovário, isto quando não há obstáculo ou problema na ovulação e uma vez desprendido deve ser captado pelas trompas onde será fecundado.
Não pode haver problemas nas trompas. Quando a gravidez prossegue e o embrião encontra um ambiente adequado para o seu desenvolvimento, por ser um corpo estranho no organismo materno, ele tem que lutar para se manter vivo, para não ser rejeitado pelo sistema imune materno. Passando por essa etapa o organismo materno, aceita a defesa do hóspede, concordando, com a gestação. E essa gravidez é a vitória da vida.
Eminentes obstetras brasileiros fizeram a declaração conjunta: “Abortamento induzido significa a eliminação de uma pessoa  biologicamente viva”.
Com todos esses possíveis obstáculos descritos sendo superados, o espírito reencarnante acompanha o processo ansioso pela oportunidade que essa nova reencarnação oferece nesse planeta Terra, o mesmo planeta que ontem já foi o palco de nossas histórias de enganos, de erros e de acertos.
Volta hoje o espírito endividado, ansioso pela nova oportunidade de reconstruir sua libertação dos enganos de ontem, podendo plantar o equilíbrio onde ontem plantou a discórdia, construir a afeição onde ontem separaram-se com ódio.  Nesta nova e preciosa oportunidade, o espírito reencarnante, ao receber a acolhida dos pais, feliz se sente por essa atual experiência de plantar o equilíbrio onde dantes só havia discórdia  e de reajustar-se.
No presente o lar, a família, os pais e muitas vezes somente a mãe, que o acolhe durante os nove meses para a preciosa experiência que terão a oportunidade de juntos percorrer, nesta nova jornada que vivenciam. A mãe também antes de encarnar trouxe um projeto de ajuste e sabia que receberia aquele,  ou aqueles irmãos, para amar, orientar e proteger, como foi combinado antes de seu regresso a esta oportunidade na Terra.
Alguns espíritos reencarnantes são velhos e queridos amigos que retornam para amparar e suavizar a vida dos pais nas difíceis provas de vida. Outros são aqueles com quem temos limitações e dívidas do ontem, quando juntos erramos e criamos desequilíbrios, os quais somente o amor poderá apagar as aversões, os excessos e vícios cometidos.
Os pais que prometeram acolhe-lo e auxiliá-lo para o reajuste dos compromissos anteriores em  que  ambos falharam,  tem  nesta reencarnação, preciosa oportunidade de reescreverem uma nova história para que quando partirem da vida física e regressarem à vida espiritual estejam redimidos.
Ao se sentir oprimida por muitas situações de conflito, a mãe pode e deve usar o seu livre-arbítrio em defesa da vida, certa de que esta escolha lhe trará alegrias e a consciência tranquila agora e sempre.
Ante a prática do aborto não se busca condenar, o que se pretende é evitar a execução de um grave erro, de consequências nefastas.  E como afirmou Jesus “Eu também não te condeno, vai e não tornes a pecar”.  Assim como também nos ensina o apóstolo Pedro, o amor cobre uma   multidão de pecados.  E no Evangelho Segundo o Espiritismo, “Rendamos graças a Deus, que, em sua bondade, faculta ao homem reparar seus erros e não o condena irrevogavelmente.”
No livro, O que dizem os espíritos a respeito do aborto da Federação Espírita Brasileira,  no  capítulo da Reabilitação da Falta, encontramos “E desde essa vida podemos ir reparando nossas faltas, dando um novo direcionamento na ação comportamental, cultivando o trabalho no bem, na prática da caridade e da dedicação ao próximo necessitado, capazes de edificar a   vida em todas as suas dimensões.” 

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