ed. 23 - assuntos em família

Maria Inez Batista Araujo


A importância do diálogo

Quando o assunto em questão são os filhos, diferentes sentimentos podem aflorar, de acordo com a forma de relacionamento que mantemos com eles. Por um lado, é uma alegria quando conseguimos conduzir o processo da educação de forma tranquila, ainda que sempre com firmeza e autoridade. Por outro, preocupamo-nos quando o processo ocorre de forma conturbada, com ausência de limites, crises de rebeldia e alguma falta de paciência e persistência de nossa parte.
A educação como um preparo para a vida é um processo de desenvolvimento de experiências que se fixam ou se reformulam, transformando a pessoa. É um intercâmbio de aprendizagens, oferecendo os instrumentos do conhecimento e da serenidade, da cultura e da experiência. A criança precisa ser orientada, encaminhada, corrigida ou estimulada em suas tendências. Esta orientação deve ser feita com clareza, convicção de princípios, disciplina e segurança. Ninguém ensina algo se não acreditar naquilo que fala e juntar a exemplificação às palavras.
O melhor instrumento para isso é o diálogo. A conversa abre os canais de comunicação com os filhos. Ouvir não significa atender, mas considerar a possibilidade do diálogo e da negociação. Negociar conflitos e demandas com os filhos é uma maneira de ajudá-los a perceber que eles pertencem a uma família que segue valores e princípios que são inegociáveis.
O diálogo franco revela uma relação transparente que ensina os filhos a também fazerem uso dele em todos os seus conflitos e cobranças familiares. Isto não quer dizer excesso de liberdade nem total repressão; antes, implica o estabelecimento de limites para que os filhos aprendam a se conduzir dentro dos parâmetros morais da família. Com isso, eles também vão redescobrindo e construindo o seu mundo interno, que marcará a sua forma de agir e interagir com a família e a sociedade em que vivemos.
As regras, assim como a disciplina, melhoram a convivência e a qualidade de vida do grupo familiar permitindo também uma conscientização maior do dever de cada um.  Todo este processo deve acontecer de maneira suave, perseverante e otimista, através do exemplo e da vivência do amor, mas também com uma quota correspondente de autoridade, a ser exercida com amor e firmeza.
A disciplina é ingrediente indispensável à receita de viver, e paciência, perseverança, insistência, firmeza, serenidade, doçura e compaixão são também ingredientes necessários para quem tem a responsabilidade de educar as crianças.
“A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter. Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem.”      Emmanuel.

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