Esterlita Moreira
A Lei da Reprodução - uma lei natural
“O berço confere a existência, mas a vida é nossa obra” – Emmanuel
A Lei da Reprodução faz parte do conjunto das Leis Morais de O Livro dos Espíritos e trata de questões importantes sobre os impactos da ação do homem no processo de reprodução das espécies, tais como a população do globo, sucessão e aperfeiçoamento das raças e obstáculos à reprodução.
Como tudo na natureza, também o renascimento é regido por leis naturais, leis criadas por Deus. E a reprodução das espécies, promovendo a continuidade de todos os seres vivos, é uma lei natural, perfeita e imutável como o próprio Deus. Sem a reprodução assistida por Deus, o mundo material pereceria, nos ensinam os espíritos que orientaram Kardec (questão LE- 686).
Deus também não prescinde da ação do homem nesta tarefa. Na questão LE-692, os espíritos nos esclarecem que o próprio homem é instrumento de Deus para o aperfeiçoamento das espécies animais e vegetais e favorecer a sua conquista corresponde a uma vontade Dele. As leis de Deus são leis morais, que dizem respeito especialmente ao homem em si mesmo, das suas relações com o seu Criador e com os seus semelhantes. Todas essas leis relacionam-se entre si, e todos nós estamos sujeitos a elas. As nossas ações pautadas com ética e caridade serão sempre congruentes com as leis de Deus.
Nascemos ou renascemos?
Renascemos a cada jornada evolutiva. O nosso nascimento original aconteceu lá atrás, há muito, muito tempo. O caminho que se nos abre agora nada mais é que o prolongamento dos caminhos que antecederam a esse. Somos o que construímos até aqui e trazemos na bagagem diversas ferramentas para desbravar esse caminho novo e desvelar as infinitas possibilidades que ele nos reserva. É certo que limites também vamos encontrar. Podem ser simples pedras, ou montanhas enormes, mas seja como for contamos com o amparo e a proteção de Deus. Então vamos arregaçar nossas “mangas” e seguir em frente confiantes que valerá a pena.
O berço materno portal divino
A beleza e o mistério da vida começam no útero – uma câmara onde são construídos os alicerces do novo instrumento físico. Modelado com muito zelo, esse corpo nos servirá de veículo para realizar as tarefas a que fomos chamados à executar no mundo material. Durante nossa gestação, somos envolvidos por uma membrana, a placenta, que nos nutre e ao mesmo tempo funciona como adstringente, drenando todos os excretos. Nesse espaço de tempo que ficamos nesse berço acolhedor, os traços da nossa individualidade vão sendo impressos, selando assim, o nosso novo instrumento físico, capaz de dar conta do grande tema que norteará a nossa jornada, sem, no entanto suprimir o nosso livre-arbítrio. Sustentados pelo amor materno incondicional, vamos tendo um desenvolvimento embrionário compatível com as nossas necessidades.
O lar necessário lar
Pela justiça e misericórdia de Deus, nos é concedido a bênção do reinício. Renascemos no lugar ideal, em condições sempre propícias. O lar que nos abriga e nos embala, é o mesmo lar que nos permite desenvolver a caridade, a tolerância, nos fortalecendo para alçarmos um novo voo no encalço de nosso próprio aperfeiçoamento. De maneira geral, renascemos na terra, conforme as nossas necessidades e segundo nossas dívidas e contaremos para esse fim com aqueles que nos afinam com o nosso modo de proceder e ser. Emmanuel nos diz que “Os problemas da hereditariedade, descendem, de forma geral, dos reflexos mentais que nos sejam próprios”. Ao lar somos atraídos ou trazidos, a depender da nossa maturidade de programar nossa reencarnação, pois carecemos de recomposição perante a vida e a nós mesmos.
O ciclo incessante da vida
perante a lei da reprodução
Hoje somos sete bilhões de espíritos encarnados na Terra. Allan Kardec preocupado com o crescimento populacional, perguntou aos espíritos se a população do globo tornar-se-á excessiva um dia. E a resposta foi: “Não. Deus que a isso provê, mantém sempre o equilíbrio” (questão LE-687). Até mesmo a igualdade numérica dos sexos está em conformidade com as leis naturais, favorecendo a união de dois seres. Como podemos perceber, as condições estão dadas para nascermos e renascermos quantas vezes se fizer necessário, a fim de tratarmos das enfermidades de nossas almas. Ora seremos filhos, ora seremos pais. Como filho, estaremos a mercê daqueles que nos tecerá os moldes. E como pais, receberemos aquele companheiro que nos retoma o caminho quase sempre para reajustarem conosco. A relação de amor e perdão será o pano de fundo dos nossos processos regenerativos. Seremos sempre herdeiros das nossas próprias obras.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – Lei da Reprodução (questões 686 a 694)
Pensamento e Vida – Chico Xavier, pelo espírito de Emmanuel
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