Ed. 19–Matéria Especial 2

Manifestações e aparições

por Aldo Colasurdo

O ente querido que parte deste mundo deixa em nós o vazio de sua ausência e as lágrimas da saudade. Desde os primórdios, uma interrogação assola o Homem: para onde irá seu espírito após finalizar a vida terrestre?

Desde A Divina Comédia de Dante Alighieri e a posterior colaboração literária de Swendenborg, a humanidade tem recebido revelações esclarecedoras. O desenvolvimento social do século 19 intensificou o despontar de novas auroras de conhecimentos. Surgem úteis e esclarecedoras obras literárias sobre o Criador e as criaturas.

Cabe-nos destacar as mensagens mediúnicas colhidas e editadas na França pelo codificador Leon Hipolite Denisard Rivail, sob o pseudônimo de Allan Kardec. Ao enganoso refrão “não existe a continuidade de existência, pois nunca alguém voltou de lá”, o espiritismo demonstra a verdade prestando valiosas informações.

Assim é que, ante as portas do túmulo, que se fecham após atravessá-las, começam a surgir ao espírito, as luzes e cores que identificam a Pátria Celestial. Nesta nova etapa, o desprezo as leis do amor durante a vida terráquea anterior pode conduzir os peregrinos a um período de tratamento ou convalescença nos ambulatórios especiais.

Após assistência variável inicia-se a preparação de retorno ao mundo material. Neste período o espírito pode contatar-se mediunicamente com a Terra. Assim, dentro de certo prazo, cumpre-se a inexorável Lei da Evolução Espiritual. A alma envolvida com as vestes carnais retorna ao mundo reencarnando-se e inicia mais uma etapa evolutiva de seu destino imortal.

Pesquisas publicadas no livro Reencarnações no Brasil nos trás valiosas elucidações a respeito do dogma de “vidas sucessivas”. Entre elas notamos o relato do desencarne de um jovem e que 11 meses após inicia uma nova reencarnação, bem como outro falecido que permaneceu durante 32 anos no Plano Espiritual antes do reencarne.

A Revista Espírita de 1859, de Allan Kardec, nos traz noticias de jornais da época, relatando a aparição e manifestação de um espírito alguns meses após seu desencarne, contrariando expectativa, conforme resumo a seguir:

Um capitão recebeu a visita de seu primo médico para consultar seu filho doente. Naquela noite muniu-se de velas e dirigia-se para o quintal. Ante a curiosidade do médico contou sobre seu amigo major com que varias ocasiões conversavam sobre a morte e a continuidade de existência. Combinaram que após três dias, o primeiro a desencarnar, viria entre meia-noite e uma hora comunicar-se com o sobrevivente e era aquele o momento. Entretanto passaram-se cerca de duas horas e nada aconteceu. Após alguns meses, os dois primos viajaram juntos e se hospedaram em um hotel por três dias. Em uma manhã, o capitão entrou no quarto do primo médico com feições alteradas e tremulo relatou: naquela manhã, ao raiar do dia o major havia aparecido junto a sua cama, contando que não pudera comparecer na data pré-combinada. Em seguida lhe falou da “existência de um Deus muito justo... e se não se comportar...verá quando lá chegar”. Em seguida desapareceu. A partir desta data o capitão tornou-se mais sério e muito sóbrio consigo mesmo, acreditando ouvir as palavras do major durante os dois anos que ainda viveria.

O espiritismo nos recorda que desde o remoto passado, os contatos com o plano além vida tem se realizado. Porém, o êxito da comunicação com o “mundo dos que partiram” obedece a uma série de fatores e condições específicas. Muitas vezes o contato com determinado espírito é prejudicado, pois este já reencarnou; outras vezes, ainda não se encontra em condições como o caso acima exposto. Através de comunicação mediúnica os Mensageiros do Plano Espiritual tem nos alertado sobre a maneira correta de conduzirmos o intercâmbio entre os dois planos. A literatura espírita, por sua vez, é também a grande colaboradora para a comunicação entre os dois planos. Muitas vítimas dos erros que a ignorância conduz, acabam por alimentar sua descrença no “após vida”. Perdem assim a oportunidade de evoluir. Para corrigir os erros que a ausência da fé conduz, torna-se necessário abandonar o comodismo que a matéria implica seguindo o conselho bíblico “procurai a verdade e a verdade vos esclarecerá”.

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